CAP. 2
AOS VINTE E NOVE ANOS AMANDA SANTI UPSON ERA UMA MULHER REALMENTE BELA. ALTA, MAGRA A PELE CLARA CONTRASTAVA COM OS CABELOS COR DE CHOCOLATE LIGEIRAMENTE ONDULADOS. OS OLHOS EXPRESSIVOS ERAM CASTANHOS, COMO A COR DAS FOLHAS EM UM OUTONO EUROPEU; A BOCA CARNUDA DE LÁBIOS VERMELHOS EXIBIA QUASE SEMPRE UM SORRISO ENCANTADOR. O NARIZ AFILADO E LEVEMENTE ARREBITADO COMPLETAVA O PERFIL.
ELA ESTACIONOU O CARRO NA GARAGEM DO EDIFICIO E TOMOU O ELEVADOR PARA O DÉCIMO SEGUNDO ANDAR. ERAM QUASE OITO HORAS, TERIA POUCO MAIS DE UMA HORA PARA ESTAR PRONTA. AS NOVES JÁ HAVERIAM PACIENTES ESPERANDO POR ELA NO AMBULATÓRIO DO CENTRO MÉDICO MUNICIPAL.
TIROU A ROUPA AMASSADA DO PLANTÃO E DOBROU CUIDADOSAMENTE COLOCANDO DENTRO DO CESTO DE ROUPA SUJA. NOSSA! ELA PRESCISAVA ARRANJAR UM TEMPO PARA COLOCAR TODA AQUELA ROUPA PARA LAVAR. DE OUTRA FORMA, EM BREVE, NÃO TERIA COMO IR TRABALHAR. ENTROU NO BANHEIRO, LIGOU O CHUVEIRO ABRINDO A TORNEIRA CUIDADOSAMENTE ATÉ OBTER AQUELA TEMPERATURA MORNA E RELAXANTE, PEGOU A BUCHA E COMEÇOU A ENSABOAR O CORPO DOLORIDO COMO SE ESTIVESSE APLICANDO UMA MASSAGEM.
COMO ELA GOSTARIA DE TER ALGUÉM PARA ENSABOÁ-LA, FAZER UMA MASSAGEM... SURPREENDEU-SE AO PERCEBER COMO PODIA ESTAR AO MESMO TEMPO CANSADA E EXCITADA. ANTES QUE O SENTIMENTO DE AUTOPIEDADE TOMASSE CONTA DE SUA MENTE ABRIU A TORNEIRA ATÉ O FINAL E UM JATO DE ÀGUA FRIA ACALMAOU O SEU ESPÍRITO.
JÁ HAVIAM SE PASSADO QUASE QUATRO MESES DO FIM DE SEU RELACIONAMENTO COM PEDRO ANTONIO, MAS ELA AINDA SE ENCONTRAVA EM RECESSO EMOCIONAL. FORA BASTANTE DOLOROSO DESCOBRIR QUE ELE TINHA OUTRA E QUE TUDO EM QUE ACREDITAVA HAVIA SE DESMORONADO. AS JURAS DE AMOR ETERNO, OS GALANTEIOS, TODO O ESFORÇO QUE ELE TINHA FEITO PARA CONQUISTÁ-LA. SERÁ QUE TINHA SIDO VERDADEIRO? OU ERA TUDO UMA FARSA? ELA ESTAVA CHEGANDO A CONCLUSÃO DE QUE O PIOR HOMEM COM O QUAL UMA MULHER PODIA SE RELACIONAR ERA UM MÉDICO. TALVES FOSSE O AMBIENTE HOSPITALAR COM OS DORMITÓRIOS MISTOS, OU O GRANDE NÚMERO DE ENFERMEIRAS E ESTUDANTES LOUCAS PARA TER UM CASO COM QUALQUER UM DELES, OU A ROTINA DURA QUE OS AFASTAVA DA FAMÍLIA. A VERDADE É QUE TODO DIA ELA TOMAVA CONHECIMENTO DE MAIS UM CASO DE INFIDELIDADE NO HOSPITAL. SERÁ QUE NENHUM MÉDICO PODIA SER FIEL?
APESAR DO SEU ESTADO DE ESPÍRITO ELA ERA UMA MÉDICA MUITO BOA E UMA MULHER MUITO INTELIGENTE PARA IGNORAR QUE SEU CORPO JÁ ESTAVA PRONTO PARA UMA NOVA PAIXÃO. E MAIS UMA VEZ SE SURPREENDEU COM O FATO DE SEUS SEIOS FICAREM RÍGIDOS AO TOQUE DA TOALHA COM QUE SE ENXUGAVA.
'-ORA! DEIXE DISTO. VOCÊ TEM UM LONGO DIA DE TRABALHO PELA FRENTE.' PENSOU.
O DIA ESTAVA CHUVOSO E AMANDA ESCOLHEU UMA CALÇA DE LINHO PRETA, COLOCOU A CAMISA XADREZ DE MANGAS COMPRIDAS QUE ELA ADORAVA E CALÇOU AS BOTAS QUE HAVIA COMPRADO ESPECIALMENTE PARA ESTES DIAS. TOMOU UMA XÍCARA DE CAFÉ BEM FORTE COM ADOÇANTE E COMEU DUAS TORRADAS COM UMA FINA CAMADA DE MARGARINA. JUNTOU SEU MATERIAL DE TRABALHO E SE DIRIGIU PARA O AMBULATÓRIO.
***
quinta-feira, 18 de março de 2010
sábado, 13 de março de 2010
Caminhos Cruzados (Cap 1)
JULHO
A Dra. AMANDA SAIU BEM CEDO DO HOSPITAL. ERA UM PRIVILÉGIO TROCAR PLANTÃO COM O Dr. JOSÉ ANTÔNIO, POIS ELE ERA EXTREMAMANTE PONTUAL. O DIA LÁ FORA ESTAVA NUBLADO E CHUVOSO, CONVIDANDO A UMA CAMA, PRINCIPALMENTE DEPOIS DE UMA NOITE EXAUSTIVA COMO A QUE ELA TIVERA. DOIS INFARTADOS, UMA PARADA CARDÍACA E UM EDEMA AGUDO DE PULMÃO, ELA HAVIA TRABALHADO A NOITE INTEIRA SEM NENHUM DESCANSO.
AMANDA SAIU PELA ENTRADA LATERAL QUE DAVA DIRETAMENTE NO ESTACIONAMENTO DO HOSPITAL. DETESTAVA GUARDA-CHUVA E POR ISTO CORREU APRESSANDAMENTE LOUCA PARA CHEGAR ATÉ O CARRO QUE A LEVARIA PARA CASA. UM BOM E DEMORADO BANHO QUENTE ERA DO QUE ELA PRESCISAVA AGORA. ESTAVA SE SENTINDO PÉSSIMA COM A CALÇA DE LINHO TODA AMARROTADA, A CAMISA COM AS MANGAS ARREGASSADAS ATÉ OS COTOVELOS, E COM OS BRAÇOS DOLORIDOS PELO ESFORÇO DURANTE AS MANOBRAS DE RESSUCITAÇÃO DO PACIENTE QUE DERA ENTRADA EM PARADA CARDÍACA. PELO MENOS SE SENTIA RECONFORTADA COM A IDÉIA DE QUE ELE TINHA SIDO RESSUCITADO COM SUCESSO E SE ENCONTRAVA AGORA NA UTI.
ENTROU RAPIDAMENTE NO SEU SPORTAGE DOURADO, LIGOU O CD ONDE A VOZ ROUCA DE ZÉLIA DUNCAN ENTOAVA UMA MELODIA
'.... MEU CORAÇÃO
TODA VEZ QUE TE VÊ
QUER GRITAR, ME ANUNCIAR, SAIR CANTANDO.....'
SORRIU E PENSOU COM IRONIA QUE O SEU CORAÇÃO ESTAVA SILENCIOSO, FECHADO PRA BALANÇO. LIGOU O CARRO E DEU A PARTIDA.
O JEEP BRANCO PAROU, AO MESMO TEMPO, NA ENTRADA LATERAL DO HOSPITAL, DENTRO DO ESTACIONAMENTO.
'-PAULO! QUEM É AQUELA?'
'-AQUELA, QUEM?!' INTERROGOU O MÉDICO SEM ENTENDER.
'-AQUELA DEUSA. AQUELA MULHER. MEU DEUS!, EU NUNCA VI UMA MULHER TÃO SEXY ANTES.'
'-AH! AQUELA. ORA, É AMANDA. RESPONDEU INDIFERENTE O Dr. PAULO
'-VOCÊ A CONHECE?' PERGUNTOU O OUTRO HOMEM COM UMA ANSIEDADE QUASE ADOLESCENTE NA VOZ
'-É CLARO! ELA É A MELHOR AMIGA DA REBECA.'
'-PELO AMOR DE DEUS. VOCÊ TEM QUE ME APRESENTA-LÁ.'
'-POR FAVOR, GUSTAVO. EU ESTOU ATRASADO. DEPOIS NÓS CONVERSAMOS SOBRE ISTO, E.... OBRIGADO PELA CARONA AMIGÃO'
'-MAS... É SÉRIO... EU... EU... ESTOU APAIXONADO....'
MAS O Dr PAULO JÁ HAVIA SE PERDIDO NA IMENSA PORTA QUE DAVA ACESSO AO SEU MUNDO PARTICULAR, O HOSPITAL GERAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA LUZIA.
UM ENORME EDIFÍCIO BRANCO DE DEZ ANDARES, COM DOIS ANEXOS COMPUNHA O CONJUNTO ARQUITETÔNICO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA LUZIA - HUST. ERA O MAIOR HOSPITAL DA CIDADE E COM CERTEZA O MELHOR. COMO SERVIA DE HOSPITAL ESCOLA PARA A FACULDADE DE MEDICINA DE SANTA LUZIA, O SEU CORPO CLÍNICO CONTAVA COM PROFESSORES RENOMADOS. SER ADMITIDO NA RESIDÊNCIA MÉDICA ERA CONQUISTA DE POUCOS, SÓ OS MELHORES. MAIS DIFÍCIL AINDA ERA, APÓS A RESIDÊNCIA, PERMANECER COMO STAFF DO HOSPITAL. FINANCEIRAMENTE NÃO HAVIA MUITA DIFERENÇA ENTRE TRABALHAR NO HUST E NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE SANTA LUZIA, MAS O PRESTÍGIO DE FAZER PARTE DESTA EQUIPE RENOMADA LEVAVA MUITOS MÉDICOS A DEDICAR ALGUNS ANOS DE SUA VIDA DE RECÉM-FORMADO PARA TENTAR ENTRAR.
O Dr.PAULO MOURYSK ERA UM DOS STAFFS DO HOSPITAL. HÁ CINCO ANOS ATRÁS, APÓS CONCLUIR A SUA RESIDÊNCIA EM CIRURGIA GERAL ELE FORA CONVIDADO PELO CHEFE DO SERVIÇO PARA INTEGRAR A EQUIPE PERMANENTE DE CIRURGIÕES. ERA UM PRIVILÉGIO E UM RECONHECIMENTO AO SEU ESFORÇO. ELE NÃO EXITOU EM ACEITAR O CARGO. POUCO TEMPO DEPOIS PRESTOU CONCURSO PARA PROFESSOR ADJUNTO DE CIRURGIA E FOI APROVADO. UMA PARTE DE SEUS OBJETIVOS ESTAVA SENDO ALCANÇADA.
'-BOM DIA, SENHORITA CARLA!
'-BOM DIA! O Dr. FERNANDO QUER VÊ-LO. '
'-MARQUE UM HORÁRIO NA MINHA AGENDA. OU MELHOR, EU VOU ENTRAR EM UMA CIRURGIA AGORA, NÃO DEVE SER MUITO DEMORADA, DIGA PRA ELE ME ENCONTAR NA LANCHONETE PARA O ALMOÇO.'
'-TUDO BEM, Dr. PAULO.'
CARLA ERA A SECRETÁRIA PARTICULAR DE PAULO. UMA SENHORA DE MEIA IDADE, CORPULENTA COM OS CABELOS TINGIDOS DE UM AMARELO BASTANTE CHAMATIVO. ERA EXTREMAMENTE ORGANIZADA E FIEL COMO UM CÃO.
O MÉDICO DEIXOU A SALA E CAMINHAVA RAPIDAMENTE PELOS CORREDORES QUE O LEVARIAM AO CENTRO CIRURGICO LOCALIZADO NO TERCEIRO ANDAR. PREFERIU SUBIR DE ESCADA, POIS A ESTA HORA DA MANHÃ OS ELEVADORES ESTARIAM CHEIOS E AFINAL UM POUCO DE EXERCÍCIO NÃO LHE FARIA MAL.
'-PRESCISO VOLTAR A CORRER.' PENSOU CONSIGO.
O CENTRO CIRURGICO ERA AMPLO E POSSUIA DEZ SALAS DE CIRURGIA, DUAS SALAS DE RECUPERAÇÃO PÓS ANETÉSICA - RPA , VESTIÁRIOS MASCULINO E FEMININO E UMA SALA DE STAR MÉDICO. MAS A GRANDE VEDÉTE ERA O ANFITEÁTRO CIRÚRGICO. UMA SALA IDEALIZADA PELO Prof. RIVIOTT . COM O SEU PECULIAR FORMATO CIRCULAR E UM CIRCUITO INTERNO DE CAMÊRAS DE VIDEO ELA ESTAVA CONECTADA A UMA SALA DE PROJEÇÃO DE ONDE OS ALUNOS, RESIDÊNTES E OUTROS MÉDICOS PODIAM ASSISTIR TODO O PROCEDIMENTO CIRURGICO. ERA UMA EMOCIONANTE AULA DE CIRURGIA AO VIVO.
PAULO DIRIGIU-SE IMEDIATAMENTE PARA O VESTIÁRIO MASCULINO. APÓS TROCAR DE ROUPA PASSOU PARA O INTERIOR DA ÁREA LIMPA E INICIOU O RITUAL DE ESCOVAÇÃO. LOGO DEPOIS UM OUTRO MÉDICO SE JUNTOU A ELE PARA O MESMO RITUAL, ERA DANILO PONTES O RESIDÊNTE DO SEGUNDO ANO QUE IRIA SERVIR COMO AUXILIAR NA CIRURGIA.
'-COMO ESTÁ O PACIENTE?' PERGUNTOU O Dr. PAULO.
-UM POUCO ANCIOSO. O QUE É BASTANTE NATURAL.' RESPONDEU O OUTRO MÉDICO.
'-E, VOCÊ? ESTUDOU O CASO? TEM NA CABEÇA A ESTRATÉGIA CIRURGICA? AS POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES? O RESIDÊNTE EXITOU UM SEGUNDO ANTES DE RESPONDER.
'-ESTUDEI EXATAMENTE COMO O SENHOR MANDOU. COLECISTECTOMIA, INCISÃO PARA VIDIOLAPAROSCOPIA, DESCOLAMENTO DA VESÍCULA, CUIDADOS COM A CLIPAGEM DOS VASOS....'
IMPACIENTE O PRIMEIRO CIRURGIÃO INTERROMPEU O JOVEM MÉDICO.
'-TÁ BOM, TÁ BOM. JÁ VI QUE VOCÊ ESTUDOU. VAMOS VER NA HORA DA AÇÃO.'
TERMINADA A ESCOVAÇÃO OS DOIS SE DIRIGIRAM PARA A SALA OITO ONDE O RESTANTE DA EQUIPE JÁ ESTAVA PRONTA E O PACIENTE SOB EFEITO DE UM TRANQUILIZANTE JAZIA ADORMECIDO EM CIMA DA MESA CIRURGICA.
'-BOM DIA PARA TODOS. PODEMOS COMEÇAR?' PERGUNTOU O CIRURGIÃO
'-CLARO!' RESPONDERAM AS DUAS ENFERMEIRAS AO MESMO TEMPO EM QUE TROCARAM UM OLHAR DE INTERROGAÇÃO.
'-ENTÃO, PELO AMOR DE DEUS. DESLIGUE ESTE MALDITO RÁDIO.' RESMUNGOU PAULO COM SEU MAU HUMOR HABITUAL .
A ENFERMEIRA DESLIGOU O RÁDIO E ACENOU PARA A SUA COMPANHEIRA. ESTE SIM ERA O Dr. PAULO QUE ELAS CONHECIAM.
'-O PACIENTE É TODO SEU PAULO.' INFORMOU O ANESTESISTA.
***
A Dra. AMANDA SAIU BEM CEDO DO HOSPITAL. ERA UM PRIVILÉGIO TROCAR PLANTÃO COM O Dr. JOSÉ ANTÔNIO, POIS ELE ERA EXTREMAMANTE PONTUAL. O DIA LÁ FORA ESTAVA NUBLADO E CHUVOSO, CONVIDANDO A UMA CAMA, PRINCIPALMENTE DEPOIS DE UMA NOITE EXAUSTIVA COMO A QUE ELA TIVERA. DOIS INFARTADOS, UMA PARADA CARDÍACA E UM EDEMA AGUDO DE PULMÃO, ELA HAVIA TRABALHADO A NOITE INTEIRA SEM NENHUM DESCANSO.
AMANDA SAIU PELA ENTRADA LATERAL QUE DAVA DIRETAMENTE NO ESTACIONAMENTO DO HOSPITAL. DETESTAVA GUARDA-CHUVA E POR ISTO CORREU APRESSANDAMENTE LOUCA PARA CHEGAR ATÉ O CARRO QUE A LEVARIA PARA CASA. UM BOM E DEMORADO BANHO QUENTE ERA DO QUE ELA PRESCISAVA AGORA. ESTAVA SE SENTINDO PÉSSIMA COM A CALÇA DE LINHO TODA AMARROTADA, A CAMISA COM AS MANGAS ARREGASSADAS ATÉ OS COTOVELOS, E COM OS BRAÇOS DOLORIDOS PELO ESFORÇO DURANTE AS MANOBRAS DE RESSUCITAÇÃO DO PACIENTE QUE DERA ENTRADA EM PARADA CARDÍACA. PELO MENOS SE SENTIA RECONFORTADA COM A IDÉIA DE QUE ELE TINHA SIDO RESSUCITADO COM SUCESSO E SE ENCONTRAVA AGORA NA UTI.
ENTROU RAPIDAMENTE NO SEU SPORTAGE DOURADO, LIGOU O CD ONDE A VOZ ROUCA DE ZÉLIA DUNCAN ENTOAVA UMA MELODIA
'.... MEU CORAÇÃO
TODA VEZ QUE TE VÊ
QUER GRITAR, ME ANUNCIAR, SAIR CANTANDO.....'
SORRIU E PENSOU COM IRONIA QUE O SEU CORAÇÃO ESTAVA SILENCIOSO, FECHADO PRA BALANÇO. LIGOU O CARRO E DEU A PARTIDA.
O JEEP BRANCO PAROU, AO MESMO TEMPO, NA ENTRADA LATERAL DO HOSPITAL, DENTRO DO ESTACIONAMENTO.
'-PAULO! QUEM É AQUELA?'
'-AQUELA, QUEM?!' INTERROGOU O MÉDICO SEM ENTENDER.
'-AQUELA DEUSA. AQUELA MULHER. MEU DEUS!, EU NUNCA VI UMA MULHER TÃO SEXY ANTES.'
'-AH! AQUELA. ORA, É AMANDA. RESPONDEU INDIFERENTE O Dr. PAULO
'-VOCÊ A CONHECE?' PERGUNTOU O OUTRO HOMEM COM UMA ANSIEDADE QUASE ADOLESCENTE NA VOZ
'-É CLARO! ELA É A MELHOR AMIGA DA REBECA.'
'-PELO AMOR DE DEUS. VOCÊ TEM QUE ME APRESENTA-LÁ.'
'-POR FAVOR, GUSTAVO. EU ESTOU ATRASADO. DEPOIS NÓS CONVERSAMOS SOBRE ISTO, E.... OBRIGADO PELA CARONA AMIGÃO'
'-MAS... É SÉRIO... EU... EU... ESTOU APAIXONADO....'
MAS O Dr PAULO JÁ HAVIA SE PERDIDO NA IMENSA PORTA QUE DAVA ACESSO AO SEU MUNDO PARTICULAR, O HOSPITAL GERAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA LUZIA.
UM ENORME EDIFÍCIO BRANCO DE DEZ ANDARES, COM DOIS ANEXOS COMPUNHA O CONJUNTO ARQUITETÔNICO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA LUZIA - HUST. ERA O MAIOR HOSPITAL DA CIDADE E COM CERTEZA O MELHOR. COMO SERVIA DE HOSPITAL ESCOLA PARA A FACULDADE DE MEDICINA DE SANTA LUZIA, O SEU CORPO CLÍNICO CONTAVA COM PROFESSORES RENOMADOS. SER ADMITIDO NA RESIDÊNCIA MÉDICA ERA CONQUISTA DE POUCOS, SÓ OS MELHORES. MAIS DIFÍCIL AINDA ERA, APÓS A RESIDÊNCIA, PERMANECER COMO STAFF DO HOSPITAL. FINANCEIRAMENTE NÃO HAVIA MUITA DIFERENÇA ENTRE TRABALHAR NO HUST E NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE SANTA LUZIA, MAS O PRESTÍGIO DE FAZER PARTE DESTA EQUIPE RENOMADA LEVAVA MUITOS MÉDICOS A DEDICAR ALGUNS ANOS DE SUA VIDA DE RECÉM-FORMADO PARA TENTAR ENTRAR.
O Dr.PAULO MOURYSK ERA UM DOS STAFFS DO HOSPITAL. HÁ CINCO ANOS ATRÁS, APÓS CONCLUIR A SUA RESIDÊNCIA EM CIRURGIA GERAL ELE FORA CONVIDADO PELO CHEFE DO SERVIÇO PARA INTEGRAR A EQUIPE PERMANENTE DE CIRURGIÕES. ERA UM PRIVILÉGIO E UM RECONHECIMENTO AO SEU ESFORÇO. ELE NÃO EXITOU EM ACEITAR O CARGO. POUCO TEMPO DEPOIS PRESTOU CONCURSO PARA PROFESSOR ADJUNTO DE CIRURGIA E FOI APROVADO. UMA PARTE DE SEUS OBJETIVOS ESTAVA SENDO ALCANÇADA.
'-BOM DIA, SENHORITA CARLA!
'-BOM DIA! O Dr. FERNANDO QUER VÊ-LO. '
'-MARQUE UM HORÁRIO NA MINHA AGENDA. OU MELHOR, EU VOU ENTRAR EM UMA CIRURGIA AGORA, NÃO DEVE SER MUITO DEMORADA, DIGA PRA ELE ME ENCONTAR NA LANCHONETE PARA O ALMOÇO.'
'-TUDO BEM, Dr. PAULO.'
CARLA ERA A SECRETÁRIA PARTICULAR DE PAULO. UMA SENHORA DE MEIA IDADE, CORPULENTA COM OS CABELOS TINGIDOS DE UM AMARELO BASTANTE CHAMATIVO. ERA EXTREMAMENTE ORGANIZADA E FIEL COMO UM CÃO.
O MÉDICO DEIXOU A SALA E CAMINHAVA RAPIDAMENTE PELOS CORREDORES QUE O LEVARIAM AO CENTRO CIRURGICO LOCALIZADO NO TERCEIRO ANDAR. PREFERIU SUBIR DE ESCADA, POIS A ESTA HORA DA MANHÃ OS ELEVADORES ESTARIAM CHEIOS E AFINAL UM POUCO DE EXERCÍCIO NÃO LHE FARIA MAL.
'-PRESCISO VOLTAR A CORRER.' PENSOU CONSIGO.
O CENTRO CIRURGICO ERA AMPLO E POSSUIA DEZ SALAS DE CIRURGIA, DUAS SALAS DE RECUPERAÇÃO PÓS ANETÉSICA - RPA , VESTIÁRIOS MASCULINO E FEMININO E UMA SALA DE STAR MÉDICO. MAS A GRANDE VEDÉTE ERA O ANFITEÁTRO CIRÚRGICO. UMA SALA IDEALIZADA PELO Prof. RIVIOTT . COM O SEU PECULIAR FORMATO CIRCULAR E UM CIRCUITO INTERNO DE CAMÊRAS DE VIDEO ELA ESTAVA CONECTADA A UMA SALA DE PROJEÇÃO DE ONDE OS ALUNOS, RESIDÊNTES E OUTROS MÉDICOS PODIAM ASSISTIR TODO O PROCEDIMENTO CIRURGICO. ERA UMA EMOCIONANTE AULA DE CIRURGIA AO VIVO.
PAULO DIRIGIU-SE IMEDIATAMENTE PARA O VESTIÁRIO MASCULINO. APÓS TROCAR DE ROUPA PASSOU PARA O INTERIOR DA ÁREA LIMPA E INICIOU O RITUAL DE ESCOVAÇÃO. LOGO DEPOIS UM OUTRO MÉDICO SE JUNTOU A ELE PARA O MESMO RITUAL, ERA DANILO PONTES O RESIDÊNTE DO SEGUNDO ANO QUE IRIA SERVIR COMO AUXILIAR NA CIRURGIA.
'-COMO ESTÁ O PACIENTE?' PERGUNTOU O Dr. PAULO.
-UM POUCO ANCIOSO. O QUE É BASTANTE NATURAL.' RESPONDEU O OUTRO MÉDICO.
'-E, VOCÊ? ESTUDOU O CASO? TEM NA CABEÇA A ESTRATÉGIA CIRURGICA? AS POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES? O RESIDÊNTE EXITOU UM SEGUNDO ANTES DE RESPONDER.
'-ESTUDEI EXATAMENTE COMO O SENHOR MANDOU. COLECISTECTOMIA, INCISÃO PARA VIDIOLAPAROSCOPIA, DESCOLAMENTO DA VESÍCULA, CUIDADOS COM A CLIPAGEM DOS VASOS....'
IMPACIENTE O PRIMEIRO CIRURGIÃO INTERROMPEU O JOVEM MÉDICO.
'-TÁ BOM, TÁ BOM. JÁ VI QUE VOCÊ ESTUDOU. VAMOS VER NA HORA DA AÇÃO.'
TERMINADA A ESCOVAÇÃO OS DOIS SE DIRIGIRAM PARA A SALA OITO ONDE O RESTANTE DA EQUIPE JÁ ESTAVA PRONTA E O PACIENTE SOB EFEITO DE UM TRANQUILIZANTE JAZIA ADORMECIDO EM CIMA DA MESA CIRURGICA.
'-BOM DIA PARA TODOS. PODEMOS COMEÇAR?' PERGUNTOU O CIRURGIÃO
'-CLARO!' RESPONDERAM AS DUAS ENFERMEIRAS AO MESMO TEMPO EM QUE TROCARAM UM OLHAR DE INTERROGAÇÃO.
'-ENTÃO, PELO AMOR DE DEUS. DESLIGUE ESTE MALDITO RÁDIO.' RESMUNGOU PAULO COM SEU MAU HUMOR HABITUAL .
A ENFERMEIRA DESLIGOU O RÁDIO E ACENOU PARA A SUA COMPANHEIRA. ESTE SIM ERA O Dr. PAULO QUE ELAS CONHECIAM.
'-O PACIENTE É TODO SEU PAULO.' INFORMOU O ANESTESISTA.
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Leitores e a escrita...
Cadastrei-me a poucos dias no site Skoob, que é uma espécie de "orkut" de aficcionados por livros. A indicação veio de uma guria que conheço do twitter, inteligente e tão afccionada por Elis, Maria Rita e livros, quanto eu. Bia, valeu pela dica. Incrível, mas em apenas 2 semanas de uso, já apareceram pelo menos tres pessoas me indicando seus respectivos livros para ler. Como eu mesma, já escrevi alguns, que é claro jamais foram lidos por outros ou publicados, comecei a pensar: será que todo leitor voraz é um escritor frustrado? acho que de certa forma, sim! E como eu sou completamente viciada em leitura, rsrsrs, é claro que sou também uma escritora frustrada. E já que tá todo mundo me mostrando seus livros, vou começar a colocar o um dos meus por aqui... divirtam-se!
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