AO FINAL DE UM MÊS ELA ESTAVA SE SENTINDO APÁTICA E DESANIMADA. NÃO CONSEGUIA SENTIR PRAZER EM NADA, ATÉ MESMO O AMBULATÓRIO DE HIPERTENSÃO QUE ERA UMA DE SUAS PAIXÕES LHE DEIXAVA ENFADADA. NÃO SE SENTIA ESTIMULADA A NADA, ABANDONARA ATÉ O SEU HÁBITO MAIS ANTIGO E CARO. NÃO TOCAVA NO LIVRO EM SUA CABECEIRA HÁ VARIAS SEMANAS, FICARA LÁ COM O MARCADOR ESTACIONADO NA MESMA PÁGINA POR DIAS SEGUIDOS.
CADA VEZ QUE CHEGAVA EM CASA, AQUILO CONSEGUIA DEIXA-LA AINDA MAIS DEPRIMIDA. SENTIA-SE UMA ESTRANHA ALI, TUDO LHE LEMBRAVA ELE. SENTIA SUA PRESENÇA EM CADA CANTO, EM CADA MÓVEL, EM CADA LUGAR.O SEU CHEIRO ESTAVA IMPREGNADO NO ESCRITÓRIO QUE ELE USAVA PARA O TRABALHO, A CADEIRA AINDA ENCONTRAVA-SE NA MESMA POSIÇÃO. O MANUSCRITO DA PEÇA QUE ELE ESTIVERA ESTUDANDO PERMANECIA NA ESCRIVANINHA, A CANECA DE CAFÉ QUE ELE COSTUMAVA TOMAR AINDA ESTAVA LÁ.
ERA SEMPRE DOLOROSO ENTRAR ALI. ERA ONDE ELE ESTAVA MAIS PRESENTE, AQUELE LUGAR CONTINHA A ESSENCIA DE TODO O SEU SER, ESTAVA EM CADA PEÇA COLOCADA ALI. FORA O ÚNICO ESPAÇO DA CASA QUE GUSTAVO FIZERA QUESTÃO DE DECORAR SOZINHO. FOI SÓ QUANDO MOBILIOU TODO O ESCRITÓRIO AO SEU GOSTO QUE ELE O APRESENTOU A AMANDA PARA QUE ELA O APROVASSE E ELA NÃO TIVERA OUTRA OPÇÃO, ERA REALMENTE ACONCHEGANTE E FUNCIONAL, E... TINHA A CARA DELE.
QUANDO CHEGOU EM CASA NAQUELA NOITE SE DIRIGIU IMEDIATAMENTE PARA O ESCRITÓRIO. HAVIA PENSADO EM GUSTAVO O DIA INTEIRO, ESTAVA MORRENDO DE SAUDADE. PRECISAVA VER, SENTIR SUA PRESENÇA, AO ENTRAR ALI SENTIU-SE CONFORTAVELMENTE INUNDADA POR ELE E QUANDO SENTOU-SE NA CADEIRA QUE ELE SEMPRE UTILIZAVA FOI COMO SER ABRAÇADA POR SEUS BRAÇOS, SENTAR-SE NO SEU COLO. AQUILO DEIXOU-A EXCITADA E UM ARREPIO PERCORREU-LHE A ESPINHA E FOI COMO LIGAR UM FILME, E DE REPENTE IMAGENS DE UMA NOITE PASSADA VIERAM A SUA MENTE.
ELE ESTAVA TRABALHANDO, ELA JÁ TINHA TERMINADO DE LER O SEU ARTIGO. QUERIA DAR-LHE UM BEIJINHO DE BOA NOITE POIS SABIA QUE ELE IRIA FICAR ACORDADO ATÉ TERMINAR DE LER O TEXTO. ENTROU SORRATEIRAMENTE E ENVOLVEU-O NUM ABRAÇO, ENQUANTO ACARICIAVA SEUS CABELOS E BEIJAVA SUA NUCA. GUSTAVO NÃO PODE MAIS SE CONCENTRAR NO TRABALHO E PUXOU-A PARA SI SENTANDO AMANDA EM SEU COLO, E QUANDO ELE COMEÇOU A ACARICIAR O SEU CORPO NÃO DEMOROU MUITO PARA ELES FICAREM COMPLETAMENTE EXCITADOS E FAZEREM AMOR. QUANDO ACABARAM ELA SE LEVANTOU TÃO SORRATEIRAMENTE QUANTO HAVIA CHEGADO E SE RETIROU DEIXANDO GUSTAVO COM UM ENORME SORRISO DE SATISFAÇÃO NO ROSTO.
TODAS AQUELAS LEMBRANÇAS AUMENTARAM O SEU GRAU DE EXCITAÇÃO E ELA COMEÇOU A ACARICIAR O SEU CORPO NUMA TENTATIVA SOLITÁRIA DE OBTER UM POUCO DO PRAZER QUE AQUELAS RECORDAÇÕES LHE TRAZIAM. MAS, FOI EM VÃO. A SENSAÇÃO ERÓTICA QUE INICIALMENTE LHE DESPERTARA PRAZER COMEÇOU A SE SUBSTITUIDA POR UMA ONDA DE AMARGURA E AUTOPIEDADE. ISTO É ABSURDO! RIDÍCULO! ELA LEVANTOU-SE DE SUPETÃO, SAIU DO ESCRITÓRIO, FECHOU A PORTA E PASSOU A CHAVE GUARDANDO-A NO CRIADO AO LADO DA CAMA. AQUELE QUE ERA USADO POR GUSTAVO. NÃO IRIA MAIS ENTRAR ALI, NÃO ENQUANTO...
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