domingo, 31 de julho de 2011

DEVERES, SONHOS E PAIXÕES - Capitulo 2

Capitulo 2

O gingado daqueles quadris povoou os seus sonhos durante toda a madrugada e quando ele abriu os olhos a primeira imagem que veio a sua mente foi àquela boca larga com lábios carnudos e um sorriso discreto e contido que fazia uma covinha se desenhar no canto esquerdo da face. Ele ganhara o direito de beijá-la e estava ansioso por cobrar sua dívida, queria sentir a textura daqueles lábios e a maciez de sua língua. Estendeu a mão para o criado ao lado da cama e pegou o guardanapo onde ela rabiscara o número do telefone, sabia que ela o fizera por impulso, percebera pelo seu comportamento que ela era tímida, não era uma atitude habitual, mas também não passou despercebido que ela se sentia atraída por ele tanto quanto ele ficara por ela. Aquele pensamento foi suficiente para dissipar qualquer dúvida. Sim, ele iria ligar.
Enquanto sentia a água fria molhar a sua pele ele recordou o contato que tivera na noite anterior. Ela lhe chamou a atenção tão logo adentrou no salão do pub, os olhos assustados correram todos os lados procurando aceitação e tentando afastar qualquer sinal de reprovação, então ela caminhou tentando parecer descontraída diretamente para o balcão e se sentou. Ficou pensando que embora tivessem conversado a noite toda não sabia seu nome. Começou a imaginar qual seria, e perdeu-se neste devaneio. Ao final da tarde de Domingo pegou o número rabiscado no papel e discou.
'-Oi!'
Não foi difícil para Julia reconhecer aquela voz, ela ressoara em sua mente desde que saíra do pub e povoara sua noite de sonhos. Mesmo assim ela se assustou e uma estranha náusea se formou no seu estomago, não pudera acreditar que aquilo estava acontecendo. Tinha esperança de ele fosse deixar pra lá, fora apenas uma bobagem, um flerte descontraído com uma cliente tímida e solitária... Mas, uma voz bem lá no fundo informou-a de que ela estava esperando ansiosamente por aquele telefonema e mais uma vez ela se assustou com a euforia que lutava contra o medo em sua mente.
'-Oi, você esta ai?' Ele voltou a perguntar.
'-Ah! Desculpe, eu... Eu... Não... '
'-Não acreditou que eu ligaria? Eu disse que cobraria minha dívida'.
'-É eu não esperava... ' Mas o tom de sua voz lhe dizia o contrario
'-Não mesmo? Você me pareceu interessada ontem... ' Ele deixou a frase no ar.
Mais uma vez ele estava flertando com ela e novamente ela percebeu o turbilhão em sua mente, medo e desejo... A distância fez a ousadia vencer a guerra.
'-Como posso querer algo, sem mesmo saber como se chama?'
'-Fácil resolver muito prazer Matheus e você?'
'-Julia'.
'-Um lindo nome e combina com você'.
'-Eu também gosto'.
'-Agora que já sabe meu nome eu quero o meu pagamento'.
'-Beijos'. Ele escutou o som estalado de um beijo do outro lado da linha.
'-Pronto, está pago, eu não disse que costumava pagar minhas dívidas?'
'-Não, não, não. Assim não vale, não foi este o trato'. Ele estava se divertindo com a força que ela estava fazendo para conter o desejo evidente em sua voz.
'-É claro que vale. Qual foi o trato? Um beijo, não especificamos como seria. Está pago!' Agora era ela que estava se divertindo com o desapontamento dele.
'-Não é justo, não por telefone... Você e uma má pagadora vou ter que recorrer a defesa do consumidor'.
'-Porque não tenta um acordo, primeiro?' No instante em que ela terminou a frase, se deu conta do que havia dito. E agora? Não havia mais volta, estava flertando abertamente com ele.
'-Que tal um sorvete? Está tão quente!...'
'-Um sorvete... ' Ela hesitava
'-Te espero na praia em uma hora, Fruit ok!'
Ele não demorou a se sentar na mesinha colocada no calçadão em frente ao agradável e elegante café. O ambiente propositadamente lembrava Viena ou a Riviera Francesa, as mesas redondas e as cadeiras confortáveis, a brisa suave e o cheiro de maresia, este ambiente agradável ficava completo com o brilho do sol no fim de tarde. Era sempre prazeroso tomar um expresso ou saborear o inigualável sorvete de frutas observando o mar. O deque era um local propositadamente estruturado para receber casais apaixonados e tudo ali girava em torno desta clientela especial, crianças não circulavam por ali e a noite o ambiente enchia-se de uma penumbra somente quebrada pela luz da lua e pelas velas que iluminavam o jantar ao som de violinos.
Julia sentiu-se amedrontada tão logo desligou o telefone e se deu conta do que tinha feito. Iria se encontrar com um homem que mal conhecia e ele iria querer beijá-la. Não podia fazer aquilo! É claro que fora coagida! Ele a envolvera em seu jogo de sedução, primeiro deixando-a tonta com todo aquele wisk irlandês, depois com aquela voz sedutora ao telefone... E ela caíra na armadilha... Caíra? Quem disse que ela tinha que ir? Podia simplesmente não aparecer... Isto parecia sensato... Mas, e se fosse? Qual seria o problema? Estava sozinha, havia rompido com Rodrigo há um mês... Um mês, não seria cedo? E qual seria o tempo certo? Perguntou-se. Uma vozinha tímida bem lá no fundo respondeu 'o tempo exigido por seu coração para recomeçar'.
Imediatamente o som daquela voz sensual, o brilho daqueles olhos e o sorriso encantador vieram a sua mente fazendo um fogo se acender em seu ventre. Ela girou a torneira do chuveiro até o final e se enfiou embaixo da água fria na esperança de que aquela ducha gelada diminuísse o calor que sentia na mente e no corpo com aquela lembrança. Mas foi em vão... E quando terminou a ducha e se enfiou no closet escutou aquela vozinha no fundo da sua mente, 'você já esta pronta para tentar'... E embora ainda estivesse insegura sabia que iria se encontrar com ele...
Ele estava tomando um Gim-Tônica e começou a pensar se ela viria já se passara mais de uma hora... Lembrou-se que ela parecera tímida e insegura, será que tinha sido muito arrojado? E se a tivesse amedrontado? Ela era uma mulher que exigia tato... Mas ainda assim recordou-se que ela havia flertado com ele e parecera estar atraída, e também se insinuara ao telefone... Começou a se sentir desconfortável, estava realmente querendo conhecê-la, ficara encantado desde o primeiro minuto... Mas também estava se sentindo ferido em seu orgulho, nunca antes uma mulher resistira ao seu flerte...
Enquanto ele sorvia o último gole do seu Gim-Tônica sentiu um alivio imenso e uma euforia até então desconhecida invadi-lo quando percebeu a chegada de Julia. Instintivamente aquele sorriso sedutor se espalhou em seu rosto e um brilho há muito apagado reacendeu-se em seu olhar enquanto observava ela caminhar em sua direção, linda! Realmente linda em seu vestido de verão de um degrade vermelho que realçava a pele clara e os belos olhos azuis. Ela caminhou em sua direção e também abriu um sorriso, no entanto o sorriso dela era tímido e envergonhado. Quando ele se levantou para recebê-la e se aproximou pode sentir o agradável perfume de seus cabelos recém lavados e o cheiro da fragrância em seu corpo...
'-Oi, esta uma linda tarde não?'
'-Agora que você chegou esta maravilhosa!'
Ele tomou-a pela mão e a conduziu para a mesa em que estivera sentado, e como era seu costume, ela se deixou levar.

***

Quando acordou no meio da noite, ela levou algum tempo para perceber onde estava. Somente quando seus olhos se acostumaram a penumbra reconheceu o quarto. Sentou-se na cama, completamente nua e abraçou os joelhos com as mãos. Por mais que tentasse negar uma alegria imensa e uma sensação de prazer, jamais, experimentada antes inundavam o seu corpo. Aquele pensamento voltou a pairar na sua mente 'o que havia feito? Mal o conhecia?'... Mas a sensação de prazer era mais forte e aquela onda de alegria novamente a inundou enquanto ela contemplava o homem adormecido ao seu lado.
Ele havia lhe mostrado a liberdade, definitivamente ele a libertara, sabia agora que estava pronta para realizar a mudança, sentia-se ainda insegura, mas estava fortalecida, sabia depois do que acontecera esta noite que era capaz! Havia vencido este obstáculo, dera um passo a frente, não era uma mudança de atitude, não iria sair por ai dormindo com todos os homens interessantes que cruzassem seu caminho, mas estava mais corajosa, valorizando mais as palavras do seu coração, aprendera a escutá-lo e a colocá-lo no centro da sua vida.
Ele era o seu herói. Observou fascinada, o belo homem adormecido ao seu lado. As costas largas e a pele morena contrastavam com a sua que era muito clara. E enquanto este pensamento invadia sua mente como uma tempestade, sentiu uma imensa onda de ternura inundar todo o seu pensamento como a bonança depois do turbilhão... Fez um tremendo esforço para conter as lágrimas que ameaçavam aflorar e foi só com muita dificuldade que conseguiu contê-las.
Levantou-se sorrateiramente esgueirando-se da cama para não despertá-lo, sabia que tinha que dar o fora dali antes que Matheus despertasse ou não conseguiria resistir ao seu charme... Não conseguiria? Ou será que não queria? Não conseguia pensar racionalmente sua cabeça girava confusa... Vestiu-se e deixou o apartamento. Os sapatos na mão, os cabelos desalinhados e as faces coradas de uma fêmea satisfeita no seu instinto mais primitivo. Enquanto caminhava pela praia sentindo a brisa suave e molhada acariciar o seu rosto esbarrou em alguns casais adormecidos nos braços um do outro após o sexo, como ela estivera até poucos minutos atrás.
Quando ela apreciava deslumbrada o nascer do sol, saboreando um delicioso café da varanda de seu apartamento, percebeu o que a intrigava... Como poderia ter sentido como familiares as sensações que ele lhe despertara? Não se conheciam? Eram estranhos? Agora sabia, tinha sonhado com isto, era o seu sonho erótico, mas desta vez fora real... Sentira na carne todas aquelas sensações, todo aquele prazer, sentira-se como uma deusa da luxúria, descobrira em si mesmo uma sensualidade que desconhecia... Era algo glorioso, podia ser uma loba na cama... E... Espantoso!? Aquilo não a deixava envergonhada ou constrangida, sentia-se poderosa, podia dominar o mundo, tudo por causa de uma transa fenomenal!

***

Matheus foi acordado pelo vazio na sua cama. Quando ele se moveu sonolento e estendeu a mão para tocá-la só pode sentir o vazio do lençol de cetim. Abriu os olhos lentamente tentando se proteger da luminosidade que insistia em penetrar pela fresta da varanda e murmurou o nome que era como um doce maná em seus lábios.
'-Julia. '
Como não recebeu resposta resolveu se levantar, o aroma suave de café indicava que ela estava na cozinha. Era maravilhoso, dormir com uma mulher fantástica, ela era um furacão na cama, completamente surpreendente... No inicio tímida, recatada até que ele conseguiu tocá-la, acertou aquele ponto, despertou a sensualidade que ela insistia em esconder e eles haviam feito sexo como ele nunca experimentara antes, nunca sentira tanto prazer em toda sua vida, e ele já estivera com muitas mulheres... Era um amante habilidoso e sabia dar e receber prazer, mas nunca antes sentira aquilo. Era como ser tragado para o meio de um furacão, enlouquecedor. Tinha a sensação de que seu corpo fora feito somente para aquele ato de amor, tinha sido feito para possuí-la. E ele o fizera de maneira frenética, selvagem, havia perdido todo o controle sobre seus movimentos. Quando gozaram pela primeira vez, ele ficou atordoado, a violência do que haviam feito deixou-o apreensivo ele sondou-a com medo de tê-la machucado no ato.
A resposta de Julia o surpreendeu. Puxou-o para si e envolveu-o num abraço apertado, buscou a sua boca como se aquilo fosse o ar necessário para sobreviver, sentiu as unhas da mulher embaixo de seu corpo cravarem-se em suas costas e o chamado frenético como se ela fosse uma cadela no cio. Era como ser sugado para um sonho erótico, e foi impossível não oferecer o que ela queria, mais uma vez mergulhou dentro dela e deixou toda a razão desaparecer da sua mente, era instinto puro, desejo incontrolável. Achou que poderia enlouquecer, queria prolongar a delicia de sentir aquele corpo estremecer sob o seu, de acariciar a pele daquela mulher e de beijá-la, queria olhar dentro dos seus olhos, mas ela tinha fome, urgência, febre de ser possuída por ele e não lhe permitiu hesitar. Penetrou-a bem fundo e ela o recebeu novamente como se esperasse por ele toda a eternidade. E quando estavam se aproximando do êxtase, ele se afastou um pouco e segurou-a pelos cabelos, queria olhar bem dentro dos seus olhos, queria surpreender o brilho do prazer que ele lhe proporcionava, aquilo o fazia sentir poderoso como um garanhão. E ela não o decepcionou, seus olhos irradiaram um brilho único e ela gemeu alto enquanto elevava os quadris para recebê-lo e aumentar o prazer mútuo.
Resvalaram lentamente para o sono, ofegantes, inundados de suor e de prazer. Julia exibia um sorriso satisfeito no rosto quando adormeceu. Ele permaneceu acordado por alguns momentos, admirando a bela mulher em seus braços. Não se cansava de mapear cada detalhe do seu rosto, cada curva do seu corpo, queria gravar em sua mente, em sua alma. Aspirou o perfume suave dos cabelos desgrenhados, e sentiu as pálpebras pesarem e o esforço do ato de amor se abater sob os músculos fortes. Adormeceu. E agora ela estava ali, na sua cozinha, terna fazendo café...
‘-Júlia’. Ele voltou a chamá-la
A sensação de prazer e de ternura se transformou em desapontamento amargo quando ele verificou que estava sozinho. O aroma que o iludira vinha do apartamento vizinho. Correu até o banheiro, ela devia estar tomando banho... Mais uma vez sentiu uma náusea revirar suas entranhas. Sentiu-se fraco, precisou segurar-se na parede do banheiro, e escorregou lentamente para o chão. Percebeu a ira, misturando-se com a sensação do orgulho ferido. Mas no meio destes sentimentos um enorme vazio, uma tristeza inigualável e uma sensação de desamparo. Como? Por quê? Ela havia sentido prazer também? Ele sabia, pelos gemidos na hora do gozo, pelo sorriso de felicidade em seus lábios quando ela adormeceu em seus braços... Fez um esforço gigantesco, para conter a náusea que subia pelas suas entranhas e para afastar as garras que apertavam o seu peito como um torno poderoso. Vasculhou a casa, procurou em todos os cantos, nada. Nem um bilhete, um recado rabiscado com batom no espelho... Nem um muito obrigada!
Entrou embaixo do chuveiro e abriu a torneira até o final, o jato de água gelado, pareceu aliviar um pouco a dor que estava sentindo. Sentia-se humilhado. Estava ferido no orgulho, sempre se acostumara a ter as mulheres rastejando aos seus pés. Era ele que sumia sorrateiramente no meio da noite quando o interesse era puramente sexual. Jamais uma mulher havia abandonado a sua cama, não se ele não a tivesse gentilmente convidado a sair. Praguejou contra a sua imagem refletida no espelho, colocando para fora nas palavras o caldo que era como uma mistura amarga de dor e raiva que fervilhava no seu íntimo.
Caíra na sua armadilha, ela tinha armado direitinho, e ele caíra como um patinho. Quantos homens ela havia enganado com aquele disfarce, timidez! Recato! Uma mulher com aquela performance na cama, só podia ser experiente, com toda certeza já tivera inúmeros amantes. Aquele pensamento fez a sua cabeça doer, ao mesmo tempo em que o seu peito era trespassado por uma pontada aguda. Sentia-se humilhado, fora um idiota! E estava sentindo ciúmes!
'-Ridículo ciúmes! Eles nem mesmo se conheciam, fora somente sexo. Desde o inicio a atração entre eles fora puramente erótica'. Bem lá no fundo uma vozinha abafada quis gritar, 'encantamento', e ele tratou de afastá-la rapidamente.
Fora somente sexo, e que sexo! Nunca tinha experimentado uma trepada tão gloriosa como aquela! Se este era o preço a pagar ponderou que valia a pena, ele fora habilmente atraído para sua teia de sedução.
'-Julia, Julia. Você é uma mulher excepcionalmente deliciosa'.
Sua cabeça estava doendo, uma sensação desconfortável que era agravada por todos aqueles pensamentos. Ele estendeu a mão para fora do boxe e pegou uma aspirina, enfiou-a na boca, mastigou e engoliu um bocado da água do chuveiro. Sentou-se no chão do boxe e deixou o líquido gelado cair como uma cachoeira sobre sua cabeça e escorrer pelo seu corpo, ele poderia lavar a angústia e a amargura que estava sentindo.
Algum tempo depois enquanto aguardava distraído o café que sairia da sua máquina de expresso e vigiando o ponto das torradas, ele não pode conter a manifestação daquele pensamento. Ela se mostrara tímida, reservada, percebera uma inconfundível insegurança pairando em seus olhos quando eles flertaram no pub e depois na praia sentados no aconchegante café. Também não podia negar que desde o primeiro instante uma energia muito forte os havia atraído, um fluxo de energia erótica que tinha a força de um furacão... É claro! Que estúpido! O tempo todo na minha frente e eu não conseguia enxergar... Ela ficara assustada com a fúria do desejo que experimentaram, é claro que acordara apavorada! Fugira! Teria que ser cauteloso, hábil, precisava planejar com calma... O melhor agora seria tomar um farto desjejum e ir pra faculdade. Quando ele girou a chave do seu Fiesta dourado sentia-se bem. Tinha a sensação de que nunca se sentira tão bem em toda vida.
'-Nada como uma boa trepada!' Ele gritou a plenos pulmões através da janela aberta.
Ele ainda tentou encontrá-la nas semanas que se sucederam aquela noite de sexo selvagem, mas foi em vão. O único contato que ele tinha o telefone, fora desligado e os dias que se seguiram àquela noite de prazer alucinante foram amargos. Ela povoava seus pensamentos, tanto a sensação erótica que a lembrança do sexo despertava quanto à ternura da tarde passada em sua companhia enquanto tomavam um sorvete, o assaltavam nos momentos mais inoportunos. Pare com isto seu idiota! Acabou! Foi uma boa trepada, mas só isto! Você pode conseguir outras, até melhores. E quando ele conheceu Fabíola, durante uma festa da faculdade não teve dúvidas. Arquivou os últimos resquícios daquela noite no porão da sua mente e se forçou a seguir em frente.

***

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