terça-feira, 9 de novembro de 2010

Caminhos Cruzados Capitulo 33

CAP 33


‘-ANDRÉ, OI.’
‘-OI.’
‘-ONDE VOCÊ ESTÁ?’
‘-O QUE É ISTO? QUE INVASÃO DE PRIVACIDADE É ESTA?’
‘-PARA DE BOBAGEM, ONDE VOCÊ ESTÁ? O QUE ESTÁ FAZENDO?’
‘-ESTOU EM CASA, A PROPÓSITO ESTAVA PENSANDO EM VOCÊ.’
‘-EM MIM? HUM... POSSO SABER O QUE?’
‘-TERRITÓRIO PROIBIDO MENINA. OS PENSAMENTOS DE UM HOMEM SOBRE A MULHER COM QUEM ELE ESTÁ SAINDO SÃO UMA CAIXA PRETA.’
‘-PENSAMENTOS ERÓTICOS?’ ELA PERGUNTOU MALICIOSAMENTE
‘-ME RECUSO A RESPONDER.’
ELA GARGALHOU DO OUTRO LADO
‘-VOCÊ ACABOU DE SE CONDENAR.MAS, FALANDO SÉRIO, ALGUMA POSSIBILIDADE DE VOCÊ DAR UM PULINHO NO HOSPITAL?’
‘-É CLARO, MAS ALGUM PROBLEMA?’
‘-NÃO, É SÓ QUE VOU DAR ALTA PARA O PEDRINHO E QUERIA MUITO QUE VOCÊ O CONHECESSE.’
‘-PUXA VOU SIM. ME DÁ ALGUNS MINUTOS PARA ME TROCAR OK!’
‘-ESTOU ESPERANDO.’
REBECA IRIA DAR ALTA PARA O PACIENTE. ELE ESTAVA MUITO MELHOR DEPOIS QUE ELES INICIARAM A PULSOTERAPIA. ESTE PERIODO DE REMISSÃO DA DOENÇA IRIA DAR-LHE UMA CHANCE DE ESCAPAR PELO MENOS TEMPORARIAMENTE DO TRANSPLANTE RENAL. ELES TINHAM ESPERANÇAS DE QUE O PROCESSO PUDESSE SER CONTIDO ATÉ QUE A UNIDADE DE TRANSPLANTE DO HOSPITAL ESTIVESSE PLENAMENTE ATIVA E ISTO SÓ IRIA ACONTECER NO INÍCIO DE FEVEREIRO.
ELES HAVIAM CONVERSADO SOBRE PEDRINHO E ANDRÉ FICARA IMPRESSIONADO COM A SUA HISTÓRIA TINHA SE SENSIBILIZADO TANTO QUE SE PROPOS A “ADOTÁ-LO”, IRIA SER O SEU “PADRINHO” AJUDARIA A FAMILIA COM OS ALTOS CUSTOS DOS MEDICAMENTOS E TAMBÉM NA EDUCAÇÃO DE PEDRINHO. REBECA ACHOU QUE ELE GOSTARIA DE CONHECÊ-LO. ESTE NÃO ERA O TRAMITE NORMAL DO PROJETO “ADOTE A SAÚDE DE UMA CRIANÇA” MAS, ELA RESOLVEU ABRIR UMA EXCEÇÃO, ANDRÉ IRIA ADORAR CONHECÊ-LO.
‘-OI, PEDRINHO ESTE É ANDRÉ.’
‘-OLÁ PEDRINHO, EU TENHO OUVIDO MUITO FALAR DE VOCÊ, ESTAVA LOUCO PARA CONHECE-LO.’ANDRÉ ESTENDEU A MÃO SORRIDENTE PARA O MENINO MAGRELO A SUA FRENTE. ELE ERA MUITO MAIS FRANZINO DO QUE SERIA O NORMAL PARA UM MENINO DE OITO ANOS.
‘-EU TAMBÉM TENHO OUVIDO MUITO SOBRE VOCÊ.’ELE RETRIBUIU O SORRISO E O APERTO DE MÃO E DEPOIS PISCOU PARA ANDRÉ
O JUIZ ACHOU ENGRAÇADO AQUELE MENINO TÃO PEQUENO FAZENDO SINAIS SUGESTIVOS PARA ELE. PERCEBEU QUE AQUELA CONVERSA SERIA MUITO MAIS INTERESSANTE DO QUE IMAGINAVA.
‘-É MESMO, E TEM OUVIDO COISAS BOAS?’
‘-AH, SIM. BOAS.’
‘-HUM...’
‘-VOCÊ É O NAMORADO DA Dra. REBECA?’ELE PERGUNTOU DE SUPETÃO E PEGOU A AMBOS DE SURPRESA. REBECA FICOU QUASE TÃO VERMELHA QUANTO O SEU CABELO, E ANDRÉ MAIS UMA VEZ ACHOU GRAÇA, AQUELE PESTINHA ERA ESPERTO.
‘-BEM, VOCÊ VAI TER QUE PERGUNTAR A ELA.’
‘-EU ACHO QUE VOCÊS SÃO NAMORADOS SIM, A Dra. REBECA SEMPRE ME FALA DE VOCÊ, E SABE... DESDE QUE VOCÊ APARECEU ELA VOLTOU A FICAR ALEGRE. EU SEMPRE VEJO ELAS CONVERSANDO.’
‘-ELAS QUEM?’
‘-A Dra. VIVIANE E A Dra. REBECA, FALANDO DE VOCÊ. E A Dra. REBECA SEMPRE SORRI QUANDO FALA O SEU NOME. ELA ESTAVA DOENTA SABIA?’
‘-DOENTE?’ ANDRÉ OLHOU PARA REBECA QUE ESTAVA CADA VEZ MAIS VERMELHA
‘-É DOENTE DO CORAÇÃO. MAS DOENTE DIFERENTE, NÃO ERA DE FICAR NO HOSPITAL NÃO.’
‘-NÃO?!’ANDRÉ CONTINUOU SEM ENTENDER
‘-NÃO. É UMA DOR QUE A GENTE SENTE QUANDO PERDE ALGUMA COISA, SABE COMO É? EU ME SENTI ASSIM QUANDO A MINHA CACHORRINHA MORREU, EU SENTIA UMA DOR BEM LÁ DENTRO DO CORAÇÃO, ASSIM COMO A Dra. REBECA. E SABE O QUE ACONTECEU?’
‘-O QUE?’
‘-MEU PAI TROUXE UMA OUTRA CACHORRINHA, E A MINHA DOR PASSOU E EU FIQUEI ALEGRE. ACONTECEU IGUAL COM A Dra. REBECA, ELA FICOU ALEGRE DEPOIS QUE VOCÊ CHEGOU.’
ELE OLHOU PARA REBECA COM TERNURA, ELA AINDA ESTAVA VERMELHA E NÃO CONSEGUIU SUSTENTAR O SEU OLHAR, QUANDO SEUS OLHOS SE ENCONTRARAM OS DELA ESTAVAM CHEIOS DE LÁGRIMAS E ELA SE AFASTOU DEIXANDO-OS SOZINHOS.
QUASE MEIA HORA DEPOIS ELE A ENCONTROU NO CORREDOR. FICARAM EM SILÊNCIO, ENCARANDO-SE MUTUAMENTE. ELE REPARAVA EM CADA DETALHE DAQUELE ROSTO. ACHAVA ENGRAÇADINHO QUE ELA TIVESSE SARDAS, FAZIA FICAR PARECIDA COM UMA MOLECA. OS OLHOS VERDES ESTAVAM DISCRETAMENTE INJETADOS DEMONSTRANDO QUE ELA HAVIA CHORADO UM POUCO. ELA TINHA A BOCA CARNUDA E OS LÁBIOS ESTAVAM PINTADOS COM UM BATOM DOURADO. ELA ERA REALMENTE LINDA! E ERA SEXY TAMBÉM. AQUELE VESTIDO AMARELO COM FLOREZINHAS MIÚDAS ASSENTAVA PERFEITAMENTE NO SEU CORPO, SEU ANDAR TINHA UMA GRAÇA, UM BALANÇO INCONFUNDÍVEL. ELE SERIA CAPAZ DE RECONHECÊ-LA NO MEIO DE UM MILHÃS DE PERNAS.
‘-QUER DIZER QUE VOCÊ TEM FALADO DE MIM?’
ELA ENCOLHEU OS OMBROS E LEVANTOU OS BRAÇOS SORRIDO PARA ELE.
‘-FAZER O QUE, AQUELE PESTINHA ME ENTREGOU DE BANDEJA.’
‘-ELE É MESMO UM CAPETINHA. ADOREI CONHECÊ-LO. É MESMO VERDADE QUE TENHO TE FEITO SORRIR?’
‘-COMO HÁ MUITO TEMPO NÃO ACONTECIA.’E ELA EXIBIU PARA ELE AQUELE SORRISO ENCANTADOR.
ELE SE APROXIMOU MAIS AINDA E FALOU BEM BAIXINHO, TOCANDO DE LEVE EM SEU ROSTO.
‘-SERÁ QUE POSSO BEIJÁ-LA, AQUI?’
‘-NA CONDIÇÃO DE MEU NAMORADO PODE.’
ELE COLOU OS LÁBIOS NOS DELA E APERTOU A SUA CINTURA ENQUANTO ELA CORREU AS MÃOS PELOS SEUS CABELOS.
‘-REBECA, AQUELE PA... OP’S, OH! DESCUPE. EU NÃO SABIA QUE... AH! EU NÃO QUERIA ATRAPALHAR....’VIVIANE ESTANCOU NO CORREDOR E FICOU COMPLETAMENTE SEM JEITO QUANDO PERCEBEU QUE OS DOIS ESTAVAM SE BEIJANDO.
‘-TUDO BEM VIVIANE. O QUE FOI?’REBECA FOI EM SOCORRO DA AMIGA SE DESVENCILHANDO DOS BRAÇOS DE ANDRÉ
‘-AH, NADA DE URGÊNTE. PUXA, DESCULPE EU NÃO QUERIA INTERROMPER..’
‘-OK! TUDO BEM.’ELE FALOU SORRINDO
‘-DEIXE-ME FAZER AS APRESENTAÇÕES. ESTE É ANDRÉ, MEU NAMORADO. ESTA É VIVIANE, FUTURA STAFF E MINHA GRANDE AMIGA.’
‘-PRAZER.’VIVIANE ESTENDEU A MÃO PARA ELE
‘-IGUALMETE. ENTÃO ESTÁ É A VIVIANE, COM QUEM VOCÊ TEM FALADO A MEU RESPEITO?’ELE TINHA UM SORRISO MAROTO NA CARA. VIVIANE OLHOU INTERROGADORAMENTE PARA REBECA QUE CAIU NA GARGALHADA.
‘-TUDO BEM VIVI, O PEDRINHO FEZ QUESTÃO DE ME ENTREGAR DE BANDEJA.’
‘-ELE É MESMO UM CAPETA. EU AGUARDO VOCÊ LÁ DENTRO, MAS NÃO HÁ PRESSA.’ ELA PISCOU PARA A AMIGA.

QUANDO ELES SE DESPEDIRAM ANDRÉ A HAVIA CONVENCIDO DE IREM JANTAR NA CASA DOS PAIS DELE ESTA NOITE. ELE QUERIA APRESENTÁ-LOS. REBECA INCIALMENTE FICOU EM DÚVIDA, MAS ACABOU CONCORDANDO COM ELE.


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