CAP. 19
NO CAMINHO DE CASA AMANDA NÃO RESISTIU A TENTAÇÃO DE LIGAR PARA GUSTAVO, E FOI COM ALIVIO QUE PERCEBEU QUE ELE PRÓPRIO ATENDEU AO TELEFONE.
‘-OI!’
‘-AMANDA, QUE BOM QUE VOCÊ LIGOU. JÁ SABE O QUE ACONTECEU?’
‘-JÁ, ESTOU SAINDO DO APARTAMENTO DA REBECA.’
‘-E COMO ELA ESTÁ?’
‘-PÉSSIMA, COMO ERA DE SE ESPERAR...’
‘-É O PAULO TAMBEM NÃO ESTA NADA BEM.’
‘-EU QUERIA ESTAR COM VOCÊ. PORQUE VOCÊ NÃO VEM AO MEU APARTAMENTO?’
‘-AGORA?!’ A VOZ DE GUSTAVO ERA UM MISTO DE ESPANTO E INTERROGAÇÃO.
‘-É, AGORA, PORQUE? VOCÊ JÁ ESTAVA DORMINDO?’
‘-NÃO! HUM, TÁ BOM. JÁ ESTOU INDO PARA AI.’
GUSTAVO NÃO SABIA O QUE ESPERAR. REALMENTE ERA UM CONVITE SURPREENDENTE, ESTAVA TARDE E HAVIA A INDECISÃO DE AMANDA QUANRO A IR PRA CAMA COM ELE. SERÁ QUE ELA HAVIA SE DECIDIDO? TODOS ESSES PENSAMENTOS PASSARAM PELA SUA CABEÇA, EM UMA FRAÇÃO DE SEGUNDOS ENQUANTO ELE TROCAVA DE ROUPA.
AMANDA O ESTAVA ESPERANDO NA PORTA DO EDIFICIO E ASSIM QUE ELE CHEGOU, JOGOU-SE EM SEUS BRAÇOS ABRAÇANDO-O CALOROSAMENTE E BEIJANDO-O COM UM FUROR QUE O DEIXOU DESCONCERTADO.
‘-VEM, VAMOS.’ ELA O PUXOU, INTRODUZINDO-O NO HALL DOS ELEVADORES. ENQUANTO SE DEPENDURAVA NO BRAÇO DE GUSTAVO.
‘-A SENHORITA PODE ME DEXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO?’ PERGUNTOU GUSTAVO COM AR SÉRIO, MAS ESBOÇANDO AQUELE SORRISO ENCANTADOR.
AMANDA RETRIBUIU-LHE O SORRISO, ABRAÇOU-O CARINHOSAMENTE E O BEIJOU COM TERNURA ANTES DE RESPONDER.
‘-NADA. NADA MESMO, SÓ ESTAVA COM SAUDADES DO MEU NAMORADO. ALGUM PROBLEMA?’
‘-NENHUM.’ GUSTAVO RESPONDEU E ABRAÇOU-A CHEIO DE AMOR QUANDO ELES ENTRAVAM NO ELEVADOR.
MAS ELE SABIA O QUE ESTAVA ACONTECENDO. ELE JÁ VIRA OUTRAS MULHERES AGIREM ASSIM. ERA UM INSTINTO DE DEFESA QUANDO ELAS VIAM UM RELACIONAMENTO MUITO PRÓXIMO RUIR. ERA COMO SE ELAS NECESSITASSEM DE AFIRMAÇÃO, DE TER CERTEZA DE QUE O SEU RELACIONAMENTO ERA SOLIDO E NÃO SERIA O PRÓXIMO A CAIR.
ERA ESTRANHO... COMO UMA PESSOA PODERIA SER TÃO AMBIGUA COMO AMANDA. DE LONGE ELA PARECIA UMA FORTALEZA, SEGURA, INDEPENDENTE, DONA DE SI. MAS, À MEDIDA QUE ELES SE TORNAVAM ÍNTIMOS, ELA SE DEIXAVA DESCOBRIR E UMA INCRÍVEL INSEGURANÇA SE FAZIA PRESENTE. ERA COMO ANDAR NUMA CORDA BAMBA.
NAS POUCAS VEZES EM QUE HAVIAM FALADO SOBRE SEUS ÚLTIMOS RELACIONAMENTOS, ELE IMAGINAVA PELO TOM DAS CONVERSAS QUE ELA DEVIA TER SOFRIDO MUITO. MAS, MESMO ASSIM, NÃO TINHA CERTEZA SE ESTA ERA A ÚNICA CAUSA DE SUA INSEGURANÇA.
‘-EI, EU FALEI QUE ESTAVA COM SAUDADES DO MEU NAMORADO, ONDE VOCÊ ESTÁ?’
‘-OH! DESCULPE, EU ESTAVA PENSANDO...’
‘-EM QUE? OU... EM QUEM?’ ELA FEZ A PERGUNTA COM MALICIA NA VOZ.
GUSTAVO RIU E TAMBÉM DEU UM TOM MALICIOSO A VOZ.
‘-GAROTA, EM QUEM VOCÊ ACHA QUE EU PENSO O DIA INTEIRO?... EM VOCÊ É CLARO!’
‘-ÓTIMO! MAS, NÓS ESTAMOS DE NOITE.’ AMANDA NÃO PODE CONTER A GARGALHADA.
‘-DONA, AGORA VOCÊ ME PEGOU. AH! AH! AH!’
‘-ENTÃO?!, VOCÊ NÃO RESPONDEU A MINHA PERGUNTA.’
‘-HUM, BOBA, É CLARO QUE EU ESTAVA PENSANDO EM VOCÊ.’
‘-TUDO BEM, VOU FINGIR QUE ACREDITO.’
ELES PERMANECERAM CALADOS, SENTADOS BEM JUNTINHOS NO SOFÁ, DE MÃOS DADAS. AMANDA RECOSTOU A CABEÇA NO OMBRO DE GUSTAVO, QUE SE DELICIAVA COM O CHEIRO DOS SEUS CABELOS, ENQUANTO OS ACARICIAVA.
‘-AMANDA. COMO FOI O FIM DO SEU RELACIONAMENTO COM O PEDRO?’
ELA TOMOU UM SUSTO, LEVANTOU A CABEÇA OLHANDO BEM DENTRO DOS OLHOS DE GUSTAVO. NÃO ESPERAVA POR ESTA PERGUNTA.
‘-PORQUE VOCÊ QUER SABER?’
‘-NENHUM MOTIVO ESPECIAL, SOMENTE QUERO ENTENDER O QUE ACONTECEU. TALVEZ EU CONSIGA COMPREENDER PORQUE VOCE É TÃO AMBÍGUA.’
‘-AMBÍGUA?!’ AMANDA EXCLAMOU OFENDIDA.
‘-NÃO ME ENTENDA MAL. EU NÃO ESTOU TE CRITICANDO, MAS VOCE É REALMENTE AMBIGUA.’
‘-COMO ASSIM? O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISTO?’
‘-É SÓ QUE VOCÊ, AS VEZES É TÃO SOLTA, TÃO LIVRE, TÃO ATIRADA, COMO HOJE. E OUTRAS VEZES, É TÃO... TÃO... DISTANTE...’
‘-DISTANTE?!?’
‘-NÃO, DISTANTE NÃO É A PALAVRA CERTA. VOCÊ ÀS VEZES É TÃO... TÃO... CAUTELOSA. É, É ISTO. CAUTELOSA.’
UM SILÊNCIO CONSTRANGEDOR SE INSTALOU ENTRE ELES.
‘-EU FICO IMAGINANDO QUE VOCÊ DEVE TER SOFRIDO MUITO, POR ISSO É TÃO ARREDIA, TÃO RETICENTE...’
AMANDA SORRIU E O BEIJOU.
‘-VOCÊ É MUITO OBSERVADOR E PERSPICAZ. EU SOFRI MUITO MESMO. O PEDRO FOI UM GRANDE AMOR, EU TINHA CERTEZA DE QUE IRIAMOS NOS CASAR, ELE ERA ENCANTADOR.’
‘-E O QUE ACONTECEU REALMENTE?’
‘-ELE ME TRAIU. EU O PEGUEI TRANSANDO COM A SECRETÁRIA NO CONSULTÓRIO DELE.’
‘-NO CONSULTÓRIO?’
‘-É, DENTRO DO HOSPITAL. ELE ERA O CHEFE DA CIRURGIA CARDIACA, OU MELHOR, AINDA É. E POR ISTO TINHA UM CONSULTÓRIO PRÓPRIO COM SECRETÁRIA PARTICULAR. É UM PRIVILEGIO DOS CHEFES DE SERVIÇO.’
‘-MAS, COMO ACONTECEU? NO HOSPITAL?’
‘-VOCÊ ESTÁ ESPANTADO, MAS NUM HOSPITAL GRANDE COMO O SANTA LUZIA É MUITO COMUM. SEMPRE HÁ UMA SALA, UM CONSULTÓRIO OU UM STAR MÉDICO VAZIO. EU FUI ATÉ O CONSULTÓRIO DELE NO FINAL DA TARDE, PORQUE NÃO IRIAMOS NOS VER NAQUELA NOITE, EU ESTARIA DE PLANTÃO. COMO A ELIANA NÃO ESTAVA NA RECEPÇÃO FUI ENTRANDO E ME DEPAREI COM A CENA.’
AMANDA SUSPIROU E GUSTAVO PODE PERCEBER UMA PONTA DE AMARGURA NO OLHAR DELA.
‘-ELA ESTAVA SEM A BLUSA, COM A SAIA LEVANTADA NO COLO DELE QUE ACARIACIAVA OS SEIOS DELA. EU NÃO CONSEGUI ME MECHER. FIQUEI ALI, PARADA, COM A PORTA ESCANCARADA ENQUANTO ELA SE LEVANTAVA ATONITA E VESTIA A CALCINHA E A BLUSA. FOI SÓ QUANDO ELA CAMINHOU EM DIREÇÃO A PORTA PARA DEXAR A SALA QUE EU PUDE ME MOVER. ENTÃO SAÍ CORRENDO E NEM SEI COMO CHEGUEI EM CASA.’
‘-DEVE TER SIDO HORRÍVEL!’
‘-FOI, MESMO. EU DEMOREI MUITO A SUPERAR O ROMPIMENTO, MAS SABIA QUE NÃO PODERIA MAIS CONFIAR NELE.’
‘-VOCÊ AINDA O AMA?’ GUSTAVO OLHAVA BEM DENTRO DE SEUS OLHOS QUANDO FEZ ESTA PERGUNTA, E AMANDA SUSTENTOU O OLHAR QUANDO RESPONDEU.
‘-NÃO. EU NÃO SINTO MAIS NADA POR ELE, NEM MESMO RANCOR.’
GUSTAVO ABRAÇOU-A E BEIJOU-LHE A BOCA.
‘-E VOCÊ? COMO FOI O FIM DO SEU RELACIONAMENTO COM AQUELA ATRIZ?’
‘-AH! ISTO É PUBLICO, OS JORNAIS E REVISTAS SE FARTARAM DE CONTAR NOSSA HISTÓRIA.’
‘-EU QUERO OUVIR DE VOCÊ. VAMOS, AGORA É A SUA VEZ.’ AMANDA FALOU COM UM TOM DE VOZ QUE NÃO LHE DEIXAVA ESCOLHA.
‘-BOM, EU TAMBÉM FUI TROCADO POR OUTRO, SÓ QUE A ALEXANDRA FOI SINCERA E ANTES DE ME TRAIR ELA TERMINOU O NOSSO RELACIONAMENTO ME DIZENDO QUE ESTAVA APAIXONADA POR OUTRO.’
‘-VOCÊS MORARAM JUNTOS, NÃO?’
‘-É, NÓS DIVIDIMOS O APARTAMENTO DELA. SÓ NÃO NOS CASAMOS FORMALMENTE, MAS TINHAMOS UMA VIDA DE CASADOS MESMO.’
‘-E ENTÃO ELA SE APAIXONOU PELO TADEU?’
‘-É. O TADEU TRABALHAVA NA NOVELA TAMBÉM, E ERA O BANDIDO DA HISTORIA. EU E ALEXANDRA FAZIAMOS O PAR ROMÂNTICO. EU NÃO PERCEBI NADA, EM NENHUM MOMENTO SAQUEI QUE ESTAVA ROLANDO UM CLIMA ENTRE ELES E QUANDO ELA ME CONTOU EU DESABEI. EU AINDA ESTAVA APAIXONADO, GOSTAVA REALMENTE DELA.’
‘-ELA ROMPEU ANTES DE COMEÇAR COM O TADEU?’
‘-SIM, ELA FOI BASTANTE SINCERA E DISSE QUE ESTAVA ROLANDO UM CLIMA ENTRE ELES E QUE ELA ESTAVA APAIXONADA PELO TADEU E NÃO QUERIA ME TRIAR E POR ISTO ACHAVA QUE DEVERIAMOS TERMINAR.’
AMANDA REPETIU A ATITUDE DELE E PERGUNTOU-LHE OLHANDO BEM DENTRO DOS SEUS OLHOS.
‘-VOCÊ AINDA A AMA?’
ELE NÃO DESVIOU O OLHAR PARA RESPONDER.
‘-EU AMO VOCÊ.’ SORRIU E BEIJOU-A MAIS UMA VEZ.
ELA CORRESPONDEU AO BEIJO ENQUANTO ACARICIAVA OS CABELOS DELE. GUSTAVO SENTIU UMA PONTA DE EXCITAÇÃO, MAS, PROCUROU CONTROLAR-SE, E SE AFASTOU UM POUCO MUDANDO O RUMO DA CONVERSA.
‘-EU QUERIA QUE VOCE CONHECESSE A MAJÚ.’
‘-MAJÍ? AH!, A MAJÚ.’ O TOM DE VOZ DE AMANDA VARIAVA ENTRE A CURIOSIDADE E A IRRITAÇÃO.
‘- O QUE FOI?’
‘-NADA.’
‘-NADA! O SEU TOM DE VOZ... AH! JÁ SEI. OLHA A MAJÚ É UMA AMIGA, OU MELHOR, É A MINHA MELHOR AMIGA, É COMO UMA IRMÃ. NADA MAIS.’
‘-AMIGA... SÓ?’
GUSTAVO GOSTOU DA PONTINHA DE CIÚMES QUE PERCEBEU NA PERGUNTA E SORRIU.
‘-É, SÓ. NÓS SOMOS AMIGOS HÁ MUITO TEMPO, FUI EU QUE APRESENTEI A MAJÚ PARA O NAMORADO DELA.’
‘-MAS... VOCÊS SEMPRE FORAM, SÓ AMIGOS, OU JÁ HOUVE ALGO MAIS?’
‘-NÃO DOUTORA CIUMENTA, NUNCA HOUVE NENHUM ALGO MAIS, O QUE QUER QUE VOCÊ QUEIRA DIZER COM ISTO.’
ELE ESTAVA SE DIVERTINDO COM A SITUAÇÃO.
‘-VOCÊ SABE O QUE EU QUERO DIZER, UM CLIMA, UNS AMASSOS, ESSAS COISAS... E... EU NÃO ESTOU COM CIÚMES!’
‘-NÃO ESTÁ COM CIÚMES? MOÇA, VOCÊ NÃO ENGANA NINGUÉM, E EU ESTOU ADORANDO... MAS, NUNCA, REALMENTE NUNCA, PINTOU NADA ENTRE NÓS. DESDE O INICIO NÓS TIVEMOS UMA AFINIDADE MUITO GRANDE, MAS SEM QUALQUER OUTRA CONOTAÇÃO QUE NÃO DE AMIZADE.’
‘-TÁ BOM.’ AMANDA CONCORDOU, MAS O SEU TOM DE VOZ DIZIA QUE ELA NÃO TINHA SE CONVENCIDO DE VERDADE.
‘-OLHA, É POR ISTO QUE EU QUERO QUE VOCÊ A CONHEÇA. TENHO CERTEZA DE QUE VOCÊS VÃO SE ADORAR, E VOCÊ VAI VER QUE NÃO HÁ NADA, SOMENTE UMA GRANDE AMIZADE.’
‘-TUDO BEM. É SÓ A GENTE COMBINAR.’
‘-QUE TAL AMANHÃ?’
‘-AMANHÃ? HUM, TÁ’
‘-VOCÊ ESTÁ LIVRE NO FIM DA TARDE?’
‘-DEPOIS DAS CINCO E MEIA, SIM.’
‘-ENTÃO, A GENTE PODIA IR TOMAR UM CHOPP?’
‘-ÓTIMO.’
‘-AONDE?’
‘-NO “COLARINHO BRANCO”, NÃO TEM IGUAL.’
‘-NOSSA! EU TAMBEM ADORO. NÃO TEM CHOPP MELHOR, NÉ. SUPER GELADINHO.’
‘-E O AIPIM COM CARNE SECA? VOCÊ JÁ COMEU?’
‘-NÃO, É BOM?’
‘-DIVINO. NÓS TEMOS QUE COMER. VOCÊ VAI ADORAR.’
‘-VOCÊ É LINDA, SABIA? E EU ADORO O SEU SORRISO.’
‘-E VOCÊ É MUITO ATRAENTE.’ AMANDA SORRIU E BEIJOU-O NA BOCA ARDENTEMENTE.
‘-ATRAENTE?! VOCÊ DISSE ATRAENTE?!’
‘-SIM, PORQUE?’
GUSTAVO SÓ CONSEGUIU SORRIR E PERGUNTOU.
‘-ENTÃO, TÁ COMBINADO?’
‘-CLARO!’
‘-EU TE PEGO.’
‘-NÃO, NOS ENCONTRAMOS LÁ.’
‘-ÓTIMO.’
ELES PERMANECERAM NO SOFÁ MAIS ALGUM TEMPO, TROCANDO CARICIAS E BEIJOS APAIXONADOS.
‘-NOSSA!, UMA E MEIA. EU TENHO QUE IR. AMANHÃ TENHO UM DIA CHEIO.’
‘-EU TAMBÉM TENHO UM DIA CHEIO AMANHÃ... MAS... NÃO VAI AGORA, FICA MAIS UM POUQUINHO...’
‘-VOCÊ QUER?’
‘-QUERO.’
‘-GAROTA, VOCE É INCRIVEL SABIA? E MALUCA TAMBÉM.’
‘-É, ACHO QUE SOU, MAS QUERO QUE VOCÊ FIQUE MAIS UM POUCO.’
‘-HUM, ENTÃO EU FICO.’
ELE PERMANECEU MAIS ALGUNS MINUTOS E DEPOIS OS DOIS SE DESPEDIRAM.
***
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário