domingo, 12 de setembro de 2010

CAMINHOS CRUZADOS - Cap 8

CAP 8

'-ALÔ, AMANDA.'
'-OI, REB.'
'-VOCE ESTÁ MUITO OCUPADA?'
'-NÃO. ESTOU ESPERANDO UM PACIENTE PARA FAZER UM ECO.'
'-DÁ PRA TOMAR UM CAFÉ?'
'-AGORA?'
'-É. PODE SER?'
'-HUM. AMANDA CONSULTOU A SECRETÁRIA E DESCOBRIU QUE O PROXIMO EXAME IRIA DEMORAR UNS VINTE MINUTOS, POIS DEPENDIA DA AUTORIZAÇÃO DO CONVENIO. -TÁ, PODE SER.'
'-ENTÃO ESTOU TE ESPERANDO NA LANCHONETE, BEIJO.' E REBECA DESLIGOU.

AMANDA PEGOU O TELEFONE E SE COMUNICOU COM A SECRETARIA.

'-VANIA, VOU ATÉ A LANCHONETE, QUALQUER COISA VOCÊ ME LIGA. MAS EU NÃO VOU DEMORAR.'
'-TUDO BEM Dra. AMANDA.' RESPONDEU A SECRETÁRIA.

REBECA JÁ ESTAVA SENTADA, TOMANDO CAFÉ NO MESMO RESERVADO DE ONTEM QUANDO ELA CHEGOU.

'-ZECA, UM CAFEZINHO MAGRO, POR FAVOR.'
'-É PRA JÁ DOUTORA.'

AS AMIGAS SE CUMPRIMENTARAM COM DOIS BEIJINHOS E SENTARAM.

'-O QUE FOI HOJE É VOCE?' PERGUNTOU CURIOSA AMANDA.
'-NÃO. EU ESTOU ÓTIMA. OU MELHOR, NÓS ESTAMOS ÓTIMOS. O PAULO TEM ESTADO UM AMOR.'
'-CANALHA!' PENSOU AMANDA. ELA REPRIMIU A ONDA DE ÓDIO, POIS JÁ ESTAVA NOS CORREDORES DO HOSPITAL O BOATO DA NOVA CONQUISTA DO Dr. PAULO.
'-O QUE É ENTÃO.' FALOU, FAZENDO UMA ENORME FORÇA PARA NÃO DEMONSTRAR PIEDADE.
'-HOJE EU VENHO COMO CUPIDO. PARECE QUE SUAS PRECES FORAM OUVIDAS.'
'-NÃO ESTOU ENTENDENDO NADINHA...'
'-EU EXPLICO.'

REBECA PAROU DE FALAR QUANDO O BALCONISTA ENTREGOU O CAFÉ A AMIGA.
'-OBRIGADO ZECA.' FALOU AMANDA.
'-TEM UM HOMEM, E NÃO É MÉDICO, QUE ESTÁ LOUCO PRA TE CONHECER.'
'-HUM. QUEM É?'
'-ELE É AMIGO DO PAULO. ALIÁS, ELES DIVIDEM O APARTAMENTO...'
'-TUDO BEM, MAS QUEM É? EU CONHEÇO? COMO ELE SABE QUE EU EXISTO?' PERGUNTOU AMANDA, ESQUECENDO-SE QUE QUEM DIVIDIA O APARTAMENTO COM PAULO ERA O CONHECIDO ATOR.
'-CALMA, UMA PERGUNTA DE CADA VEZ. É O GUSTAVO FERREIRA...'
'-O QUE?! O ATOR?' PERGUNTOU AMANDA INTERROMPENDO A AMIGA.
'-O PROPRIO.' RESPONDEU REBECA.
'-MAS... EU NUNCA O VI?!?!' AMANDA QUESTIONOU SEM ENTENDER
'-ONTEM, QUANDO DEU CARONA PARA O PAULO ELA A VIU SAINDO DO PLANTÃO E FICOU FASCINADO.'

AMANDA FEZ UM AR DE INCREDULIDADE.
'-É VERDADE. O PAULO DISSE QUE ELE NÃO FALA DE OUTRA COISA E QUE O ATORMENTOU ATÉ PROMETER QUE FALARIA COMIGO.'
'-FALAR, O QUE?' PERGUNTOU AMANDA AINDA SEM ENTENDER
'-ELE QUER CONHECE-LA. QUE TAL SE NÓS JANTASSEMOS, OS QUATRO.' FALOU REBECA
'-PELO AMOR DE DEUS, REBECA. PUTA QUE PARIU! EU NÃO QUERO ME METER EM OUTRO RELACIONAMENTO ERRADO. JÁ ESTOU FARTA DE SOFRER.' ESBRAVEJOU IRRITADA AMANDA.
'-AH! VAMOS LÁ. VOCÊ MESMA DISSE QUE QUERIA CONHECER ALGUÉM QUE NÃO FOSSE MÉDICO É A SUA CHANCE.'
'-MINHA CHANCE, FRANCAMENTE. ESTES ATORES TROCAM DE NAMORADA COMO QUEM TROCA DE ROUPA. NÃO, NÃO E NÃO. ALÉM DO MAIS APOSTO QUE O QUE ELE QUER É UMA TRANSA PARA PODER SAIR DIZENDO QUE É O GOSTOSÃO, QUE NENHUMA MULHER RESISTE A ELE.'
'-VOCÊ ESTÁ PRÉ-JULGANDO O CARA, AMANDA. QUEM SABE ELE NÃO É DIFERENTE? QUEM SABE ELE COMO VOCÊ, NÃO ESTA QUERENDO UM RELACIOMAMENTO MADURO?' FALOU REBECA TENTANDO ACALMA-LA
'-RELACIONAMENTO MADURO, BAHH!'
'-VAMOS, LÁ. DÊ UMA CHANCE. SE NÃO DER EM NADA, NO MÍNIMO VOCÊ GANHA UM AMIGO. E DE QUEBRA PODE DIZER QUE SAIU COM O GALÃ GUSTAVO FERREIRA.'
'-NÃO SEI, NÃO.' RESPONDEU AINDA INDECISA AMANDA.
'-PROMETA QUE VAI PENSAR NO ASSUNTO.' FALOU REBECA COM UM TOM QUE NÃO ADMITIA NEGATIVA.

AS AMIGAS SE DESPEDIRAM. EMBORA NÃO QUISESSE ADMITIR, AMANDA NÃO PÔDE DEIXAR DE SE SENTIR ENVAIDECIDA COM A REVELAÇÃO DE QUE O GALÃ GUSTAVO FIGUEIRA A ESTAVA ASSEDIANDO. RETORNOU AO CIC E PRESCISOU FAZER UM GRANDE ESFORÇO PARA SE CONCENTRAR NOS EXAMES. POR VOLTA DAS CINCO HORAS O SEU EXPEDIENTE HAVIA TERMINADO E ELA JÁ TINHA TOMADO A DECISÃO. REBECA TINHA RAZÃO. ELA PODERIA DAR UMA CHANCE A ELE. E SE NÃO DESSE EM NADA QUEM SABE... PELO MENOS GANHARIA UM AMIGO. NÃO QUIS TELEFONAR. FOI PESSOALMENTE ATÉ O SEXTO ANDAR E PROCUROU A AMIGA.

'-REBECA, TUDO BEM. PODE MARCAR O JANTAR.'
'-AH! AGORA SIM. PELO MENOS UMA TENTATIVA. QUE TAL SE FOSSEMOS AO “TOSCANA” NO SÁBADO.'
'-PRA MIM TUDO BEM. SÁBADO ÀS 21:00?'
'-COMBINADO.'

AMANDA SE DESPEDIU DA AMIGA E FOI PRA CASA. ASSIM QUE ELA DEU AS COSTAS REBECA PEGOU O TELEFONE E LIGOU PARA PAULO.

'-OI, AMOR! FALOU CARINHOSAMENTE.'
'-OI, QUERIDA.'
'-ACABEI E CONVENCER A AMANDA. VAMOS JANTAR NO “TOSCANA” SÁBADO A NOITE.'
'-TUDO BEM, VOU AVISAR AO GUSTAVO. ELE VAI FICAR RADIANTE E ME DEIXAR EM PAZ.'
'-NÃO FOI FÁCIL. ELA ESTÁ MUITO RETICENTE. DIGA A ELE PRA IR COM CALMA.'
'-ORA REBECA, EU NÃO VOU ENSINÁ-LO COMO CONQUISTAR UMA MULHER.' RESPONDEU IRRITADO PAULO.
'-NÃO QUERO QUE VOCÊ O ENSINE, SÓ ESTOU DANDO UMA DICA.'
'-ISTO É PROBLEMA DELE. A PROPÓSITO NÓS VAMOS NOS VER HOJE. EU ESTOU MORRENDO DE DESEJO.'
'-HUM!! É CLARO. VÁ JANTAR LÁ EM CASA.'
'-DEPENDE, O QUE VOCÊ TEM PRA MIM?'
'-EU! RESPONDEU SENSUALMENTE REBECA.
'-ISTO É ÓTIMO, E O QUE MAIS?'
'-MAIS? GULOSO. NÃO SEI, MAS PODE VIR QUE VOCÊ NÃO IRÁ SE ARREPENDER.'
'-ENTÃO ÀS NOVE?'
'-ESTOU ESPERANDO.'

AMANDA ACHOU QUE O RESTANTE DA SEMANA PASSOU RAPIDAMENTE E MUITO ANTES DO QUE IMAGINAVA JÁ ERA SÁBADO.
PARA GUSTAVO, AO CONTRARIO, A SEMANA FOI LONGA, DEMORADA, SE ARRASTOU TORNANDO ANGUSTIANTE A ESPERA PELO DIA DO ENCONTRO. ELE JÁ TINHA UMA INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA DO AMIGO, E SABIA QUE TERIA QUE SER BASTANTE CAUTELOSO NA SUA ABORDAGEM, MAS GOSTAVA DISTO. ESTAVA FARTO DE SE RELACIONAR COM ATRIZES E MODELOS. ESTAVA CANSADO DESTE MUNDO DE FACHADA QUE O RODEAVA. ALGUMA COISA LHE DIZIA QUE ESTE RELACIONAMENTO PODIA SER DIFERENTE. QUEM SABE ELA NÃO ERA A SUA CARA METADE? ELE ESTAVA PERDIDO EM SEUS PENSAMENTOS QUANDO PAULO FALOU.

'-BOM DIA! NOSSA COMO EU DORMI BEM.'
'-DORMIU MESMO, JÁ SÃO QUASE ONZE HORAS.' CONCORDOU GUSTAVO.
'-HOJE A NOITE NOS PODIAMOS IR EM CARROS SEPARADOS, POIS EU ESTOU A FIM DE DAR UMA ESTICADA COM A REBECA.'
'-POR MIM TUDO BEM.'

NO INICIO DA NOITE AMANDA ENTROU NO CHUVEIRO E TOMOU UM DEMORADO BANHO. LAVOU OS CABELOS, DEPILOU AS AXILAS E VIRILHA. ELA JÁ TINHA FEITO AS UNHAS À TARDINHA. SÁBADO ERA O SEU DIA. E ELA GOSTAVA DE SE CUIDAR. NÃO SE IMPORTAVA COM O TEMPO GASTO. ERA UM PRAZER SE SENTIR BELA. E ESPECIALMENTE NESTE SÁBADO ELA SABIA QUE ESTAVA MUITO BEM.
ELA SEMPRE FORA ADEPTA DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS, MAS ULTIMAMENTE QUASE NÃO TINHA TEMPO PARA UMA BOA CORRIDA. PROCURAVA MANTER A FORMA FAZENDO ESTEIRA EM CASA E ALGUNS EXERCÍCIOS COM PESO, MAS NEM SEMPRE CONSEGUIA MANTER A REGULARIDADE. POR CAUSA DA SUA ESPECIALIDADE MÉDICA, CARDIOLOGIA, ELA ADOTAVA NATURALMENTE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL COM MUITAS FRUTAS, VERDURAS E CARNE BRANCA. SÓ FAZIA TRÊS CONCESSÕES: NÃO DEIXAVA DE TOMAR A SUA CERVEJINHA, SEU CAFEZINHO E NÃO ABRIA MÃO DO CHOCOLATE. NA VERDADE ESTE ERA SEU VÍCIO. MESMO ASSIM ELA ESTAVA EM PLENA FORMA. SABIA QUE SEU CORPO A FAZIA DESEJÁVEL. E HOJE ELA ESTAVA SE SENTINDO MUITO SENSUAL.
ELA TERMINOU O BANHO E COMEÇOU A PASSAR HIDRATANTE NO CORPO NÚ DIANTE DO ESPELHO. ESSE ERA UM RITUAL QUE ELA CUMPRIA TODOS OS DIAS ANTES DE DEITAR, EXCETO QUANDO ESTAVA DE PALNTÃO. DURANTE TODA A TARDE HAVIA PENSADO NO QUE DEVERIA VESTIR. QUERIA ESTAR BEM À VONTADE, NATURAL. SÓ AGORA SE DERA CONTA DE QUE O TUBINHO PRETO LHE CAIRIA MUITO BEM, E SE DECIDIU POR ELE. ESTIVERA BASTANTE TRANQUILA ATÉ ÀQUELA HORA, MAS AGORA COMEÇOU A SENTIR AQUELE FRIOSINHO NA BARRIGA, TÍPICO DO PRIMEIRO ENCONTRO. MESMO SEM QUERER ADMITIR ESTAVA ANCIOSA. NÃO ACREDITAVA QUE PUDESSE TER INICIO QUALQUER RELACIONAMENTO SÉRIO, MAS IRIA SE ENCONTAR COM O GALÃ GUSTAVO FIGUEIRA. FOI ATÉ A COZINHA ABRIU UMA LATINHA DE CERVEJA E TOMOU LENTAMENTE ENQUANTO PASSAVA O VESTIDO PRETO.
GUSTAVO ENTROU NO BANHO POR VOLTA DAS 18:30. ESTAVA VISIVELMENTE ANCIOSO. ELE PRÓPRIO ESTRANHOU SEU ESTADO. PARECIA UM ADOLESCENTE INDO AO PRIMEIRO ENCONTRO. SAIU DO BANHO E PERMANECEU NO BANHEIRO FAZENDO A BARBA. POR SORTE ESTAVA FRIO NESTE OUTONO E COM ISTO ELE OPTOU POR UMA CALÇA MARROM, UMA CAMISA DE BOTÃO BRANCA E UM BLAZER XADREZ DE MARROM, UMA COMBINAÇÃO QUE LHE CAIA MUITO BEM. SEPAROU OS ÓCULOS DE GRAU QUE ELE USAVA AGORA E QUE LHE DAVA UM AR DE INTELECTUAL DO QUAL ELE GOSTAVA MUITO. ASSIM QUE SAIU DO BANHEIRO PAULO JÁ O ESPERAVA COM UM COPO DE WISK NA MÃO.

'-MEU AMIGÃO, TOME ISTO. VAI LHE FAZER BEM.' FALOU AMIGAVELMENTE.
'-MAS, EU NÃO QUERO FICAR MAL.' FALOU GUSTAVO
'-É EXATAMENTE ISTO QUE EU QUERO EVITAR. VOCÊ PRESCISA RELAXAR UM POUCO. COLOQUE UMA MÚSICA SUAVE, TOME UNS GOLES E RELAXE ENQUANTO EU TOMO BANHO. SÓ DEPOIS, ENTÃO, TROQUE A ROUPA.'

ELE SEGUIU A ORIENTAÇÃO DO AMIGO. ERAM OITO E QUINZE QUANDO ELES SAIRAM, CADA UM NO SEU CARRO. O JEEP BRANCO SEGUINDO A BLAZER PRETA. IRIAM PASSAR NA CASA DE REBECA PARA PEGÁ-LA E SÓ DEPOIS IRIAM PARA A CASA DE AMANDA.
CHEGANDO AO APARTAMENTO DE REBECA, PAULO ANUNCIOU PELO INTERFONE E ELES NEM SUBIRAM. ELA ESTAVA MUITO BONITA NUMA SAIA FLORIDA E UMA BLUSA PRETA QUE REALÇAVA SEUS CABELOS QUE HOJE ESTAVAM DE UM TOM QUASE COBRE.

'-UÉ? DOIS CARROS?' INTERROGOU REBECA SEM ENTENDER.
'-FOI IDÉIA MINHA, ASSIM NÓS PODEMOS ESTICAR NAQUELE MOTEL DEPOIS DO JANTAR...'
'-HUM! ADOREI.' REBECA SORRIU RADIANTE.
'-VAMOS.' FALOU IMPACIENTE GUSTAVO
'-VAMOS.' RESPONDERAM AO MESMO TEMPO OS DOIS MÉDICOS

FORAM QUINZE MINUTOS ATÉ O EDIFICIO DE AMANDA. ERA UM GRANDE E LUXUOSO PRÉDIO DE APARTAMENTOS, SITUADO NOS ARREDORES DA CIDADE QUASE AO PÉ DA SERRA.

'-OI, AFONSO. BOA NOITE.' REBECA FOI ENTRANDO SEGUIDA DOS DOIS HOMENS E CUMPRIMENTOU O PORTEIRO.
'-OI, DOUTORA REBECA. A Dra. AMANDA ESTÁ ESPERANDO.'
'-VOCÊ PODE INTERFONAR?'
'-ELA ACABOU DE LIGAR E DISSE PARA VOCÊS SUBIREM QUE ELA ESTÁ QUASE PRONTA. A PORTA ESTÁ DESTRANCADA.'
'-TUDO BEM.'

ELES SUBIRAM ATÉ O DÉCIMO SEGUNDO ANDAR E SE DIRIGIRAM AO APARTAMENTO 1202.
'-AMANDA, ESTAMOS ENTRANDO.' GRITOU REBECA PARA ANUNCIÁ-LOS
'-PODEM ENTRAR. EU ESTOU TERMINANDO.'
'-FIQUEM À VONTADE, MENINOS, EU VOU VER SE ELA PRESCISA DE AJUDA.' SUSSUROU REBECA

OS DOIS HOMENS PERMANECERAM DE PÉ NO CENTRO DA SALA. PAULO TINHA ESTADO NO APARTAMENTO DE AMANDA ALGUMAS POUCAS VEZES, MAS SEMPRE O ACHARA MUITO ACONCHEGANTE. GISTAVO OLHAVA COM ATENÇÃO TUDO A SUA VOLTA E SE FIXOU NO PORTA-RETRATOS GRANDE NA ESTANTE CHEIA DE LIVROS. ELE EXIBIA A FOTO DE QUATRO PESSOAS, UMA DELAS UM RAPAZ MUITO BOA PINTA. MESMO SEM QUERER SENTIU UMA PONTA DE ANSIEDADE AO PENSAR EM QUEM SERIA AQUELE. O AMIGO COMO QUE ADIVINHANDO SUAS DÚVIDAS O TRANQUILIZOU.

'-É ARTHUR, O IRMÃO MAIS NOVO DE AMANDA.'
GUSTAVO NÃO FALOU NADA, MAS O SORRISO ALIVIADO NÃO DEIXOU DÚVIDAS SOBRE O QUE ELE ESTIVERA PENSANDO.

'-DESCULPE TÊ-LOS FEITO ESPERAR.' FALOU SUAVEMENTE AMANDA

GUSTAVO VIROU-SE E SEUS OLHARES SE CRUZARAM. ELE SORRIU DISCRETAMENTE PELO RECONHECIMENTO DA MULHER QUE ESTAVA POVOANDO SEUS SONHOS DURANTE TODA A SEMANA, E AMANDA NÃO PODE DEIXAR DE ADMIRAR A BELA FIGURA MASCULINA A SUA FRENTE. REBECA QUEBROU O SILENCIO QUE JÁ ESTAVA FICANDO CONSTRANGEDOR E SE ENCARREGOU DE FAZER AS APRESENTAÇÕES.

'-ESTÁ É AMANDA, MINHA MELHOR AMIGA.'
'-ENCANTADO. VOCÊ É MUITO MAIS BONITA DE PERTO.' FALOU GENTILMENTE GUSTAVO APÓS TER TROCADO OS TRÊS BEIJINHOS COMO O COSTUME LOCAL.
'- E ESTE É GUSTAVO FIGUEIRA.' REBECA COMPLETOU AS APRESENTAÇOES
'-É UM PRAZER CONHECÊ-LO. EU GOSTO MUITO DO SEU TRABALHO.' FALOU AMANDA UM POUCO TIMIDA.

ANTES QUE O SILÊNCIO SE INSTALASSE NOVAMENTE PAULO TRATOU DE MOVIMENTAR A SAÍDA DOS QUATRO.

'-BOA NOITE, AMANDA. VAMOS PESSOAL, EU ESTOU COM FOME.'
'-AH! DESCULPE. BOA NOITE PAULO. VAMOS SIM.'

AMANDA SE SURPREENDEU QUANDO GUSTAVO ABRIOU A PORTA DO CARRO PARA ELA ENTAR. E SE SURPREENDEU MAIS AINDA QUANDO AO ENTRAR NO CARRO ELE LHE PRESENTEOU COM UM BOTÃO DE ROSAS. ELA AGRADECEU SORRINDO. HÁ QUANTO TEMPO NÃO VIA UM HOMEM AGIR ASSIM. ELE LIGOU O CARRO E COLOCOU UMA MÚSICA SUAVE NO RÁDIO.

'-VOCÊ GOSTA DE BLUES.' PERGUNTOU AMANDA QUEBRANDO O GELO.
'-ADORO. ACHO QUE É MEU GÊNERO PREFERIDO.'
'-EU TAMBÉM GOSTO MUITO, MAS O MEU PREFERIDO É A BOSSA NOVA.'
'-NOSSA, EU ADORO BOSSA NOVA TAMBÉM.'
'-VOCÊ E O PAULO SÃO AMIGOS HA MUITO TEMPO.'
'-DE INFANCIA. A PROPOSITO VOCE É MUITO AMIGA DA REBECA, COMO É QUE NÓS NÃO NOS ENCONTRAMOS ANTES?' INDAGOU CURIOSO GUSTAVO.
'-NA VERDADE A REBECA É MINHA MELHOR AMIGA, MAS... EU NÃO SOU TÃO AMIGA ASSIM DO PAULO. AMANDA EXITOU, MAS PREFERIU SER FRANCA, SUTILMENTE.
'-SEI...' ELE CONCORDOU, MAS PREFERIU MUDAR DE ASSUNTO.
'-VOCÊ VAI DAR UM TEMPO AGORA, DEPOIS DO FIM DA NOVELA, OU JÁ TEM ALGUM PROJETO?'
'-BEM EU ADORARIA VIAJAR. HÁ ALGUM TEMPO EU QUERO VOLTAR À ITÁLIA, MAS TENHO UMA MINISSERIE JÁ EM FASE INICIAL.'
'-VOCÊ CONHECE A EUROPA? EU MOREI ALGUNS ANOS NA ALEMANHÃ, TAMBÉM ESTOU LOUCA PARA VOLTAR.'
'-EU ESTIVE LÁ HÁ ALGUNS ANOS. NA ALEMANHÃ SÓ DE PASSAGEM, MAS A EUROPA É ENCANTADORA.'
'-FOI POR LÁ QUE VOCÊ APRENDEU ESTAS GENTILESAS?'

GUSTAVO OLHOU PARA ELA INTERROGADOR COMO SE NÃO ESTIVESSE ENTENDENDO.

'-ABRIR A PORTA DO CARRO PARA UMA MULHER, PRESENTEÁ-LA COM ROSAS... NOSSA HÁ QUANTO TEMPÓ EU NÃO VEJO ALGUÉM FAZER ISTO. OS HOMENS PERDERAM A GENTILEZA!'

ELE SORRIU E TINHA UM SORRISO ENCANTADOR, O QUE NÃO LHE PASSOU DESAPERCEBIDO.

'-NÃO. EU SEMPRE GOSTEI DE SER DIFERENTE. QUEM ME ENSINOU A TRATAR AS MULHERES ASSIM FOI O MEU PAI.'
'-ELE DE SER UM GENTLEMAN.'

ELES CHEGARAM AO TOSCANA, UM RESTAURANTE ITALIANO COM MÚSICA AO VIVO E UMA PISTA DE DANÇA. ERA UM AMBIENTE MUITO ACONCHEGANTE. REBECA TEVO O CUIDADO DE FAZER A RESERVA ANTECIPADAMENTE E ELES NÃO TIVERAM PROBLEMAS PARA SEREM INSTALADOS. O GARSON TROUXE O CARDÁPIO E SE RETIROU.

'-VAMOS BEBER UM VINHO?' PERGUNTOU REBECA.
'-PRA MIM TUDO BEM.' FALOU AMANDA.
'-O VINHO DA CASA É DELICIOSO. PODÍAMOS PEDIR UMA JARRA.' PAULO FALOU COM CONHECIMENTO DE CAUSA.

TODOS CONCORDARAM, O GARSON TROUXE A JARRA E ELES BRINDARAM E COMEÇARAM A BEBER ENQUANTO CONVERSAVAM ANIMADAMENTE. POUCO DEPOIS ENTROU O PIANISTA E COMEÇOU A TOCAR UMA MÚSICA SUAVE QUE CHAMAVA OS CASAIS PARA A PISTA. PAULO CONVIDOU REBECA PARA DANÇAR E ELES DEIXARAM O OUTRO CASAL A SÓS.

'-ESTE VINHO É MESMO DELICIOSO.' FALOU GUSTAVO.
'-ACHO UM POUCO DOCE. EU PREFIRO OS MAIS ENCORPADOS.'
'-VOCÊ QUE MOROU NA ALEMANHA DEVE GOSTAR DAS CERVEJAS EUROPÉIAS ENTÃO, QUE SÃO BEM FORTES.'
'-ADORO AS BELGAS. ELAS TÊM UM SABOR MAIS APURADO. A DUVEL É A MINHA PREFERIDA.'
'-EU EXPERIMENTEI NA ITÁLIA, MAS ACHEI MUITO FORTE.'

O SILÊNCIO IRIA SE ESTABELECER ENTRE ELES QUANDO O PIANO INICIOU OS ACORDES DE 'WAVE'.

'-DANÇA COMIGO?' CONVIDOU GUSTAVO
'-ADORARIA.'

ELES SE LEVANTARAM E FORAM PARA A PISTA. AMANDA DANÇAVA MUITO BEM E ADORAVA DANÇAR. FOI COM SATISFAÇÃO QUE RECONHECEU NA FORMA SEGURA COMO A CONDUZIA QUE GUSTAVO TAMBÉM ERA UM ÓTIMO DANÇARINO. FAZIA MUITO TEMPO QUE ELA NÃO DANÇAVA COM ALGUÉM, PEDRO ANTONIO ERA PÉSSIMO E DETESTAVA.
ELE ERA GENTIL E A CONDUZIA COM SUAVIDADE.
GUSTAVO APERTOU DISCRETAMENTE O SEU CORPO CONTRA O DELA E O CALOR DELE ERA GOSTOSO. AMANDA FECHOU OS OLHOS E SE DEIXOU LEVAR PELO PARCEIRO E PELO SOM DA MÚSICA. 'WAVE' ACABOU E O PIANISTA DEU SEQUÊNCIA EM MAIS UM CLÁSSICO DA BOSSA NOVA 'DESAFINADO'. ELES PERMANECRAM NO SALÃO.

'-VOCÊ DANÇA MUITO BEM.' ELOGIOU GUSTAVO.
'-EU ADORO DANÇAR. VOCÊ TAMBÉM É ÓTIMO. HÁ MUITO TEMPO EU NÃO APROVEITAVA TANTO.'
'-É FÁCIL QUANDO A PARCEIRA É LEVE.'
'-BOM, EU NÃO DIRIA QUE ANDO MUITO LEVE ULTIMAMENTE.'
'-TÁ BRINCANDO! VOCÊ ESTÁ ÓTIMA. ALIÁS, EU JÁ FALEI QUE VOCÊ É MUITO MAIS LINDA DE PERTO.'
'-FOI SEU PAI QUE TE ENSINOU ISTO TAMBÉM?' PERGUNTOU DIVERTIDA AMANDA
GUSTAVO NÃO PODE CONTER A GARGALHADA.
'-VOCÊ É MUITO ENGRAÇADA... NÃO, NÃO FOI O MEU PAI. VOCÊ É QUE É REALMENTE MUITO BONITA.'
'-OBRIGADA.'

FOI SOMENTE QUANDO O PIANISTA DEU UM INTERVALO QUE OS DOIS SAIRAM DA PISTA.

'-PUXA, ATÉ QUE ENFIM. EU ESTOU LOUCA DE FOME.' RECLAMOU REBECA.
'-VOCÊS PODIAM TER FEITO O PEDIDO.' FALOU GUSTAVO.
'-GARSON.' CHAMOU PAULO
'-POIS NÃO, SENHOR.'
'-NÓS QUEREMOS FAZER O PEDIDO.'
'-POIS NÃO.'
'-EU VOU QUERER UM CANELONE, E VOCÊ REBECA?'
'-QUERO UMA LAZANHA DE CARNE.'
'-DUAS.' PEDIU GUSTAVO.
'-QUERO UM ESPAGUETE AO ALHO'
'-POR FAVOR, TRAGA-NOS OUTRA JARRA DE VINHO. E... AMANDA, VOCÊ QUER BEBER OUTRA COISA? UMA DUVEL? NÃO SEI SE ELES TÊM....' PERGUNTOU GUSTAVO OLHANDO BEM DENTRO DOS SEUS OLHOS.
'-NÃO, FICO COM O VINHO MESMO. OBRIGADO.' AMANDA RETRIBUIU-LHE O OLHAR, MAS NÃO CONSEGUIU SUSTENTÁ-LO POR MUITO TEMPO E DESVIOU DISCRETAMENTE.

QUASE MEIA HORA DEPOIS ELES ESTAVAM SABOREANDO O JANTAR. QUANDO TERMINARAM OS HOMENS PEDIRAM CAFÉ, ENQUANTO AS MULHERES FORAM AO TOALETE.

'-E ENTÃO, AMANDA?' INDAGOU A AMIGA CURIOSÍSSIMA
'-ENTÃO, O QUE?' ELA SE FEZ DE DESENTENDIDA
'-PORRA! POUPE-ME, O QUE VOCÊ ACHOU DELE?'
'-HUM!... NÃO SEI...’ E ELA SOLTOU UMA GARGALHADA. ‘TÁ BRINCANDO, ELE É UM GATO. E... MUITO INTERESSANTE...'
'-E ESTÁ DE QUATRO POR VOCÊ.'
'-QUE EXAGERO, REBECA.'
'-EXAGERO?! ELE NÃO TIROU OS OLHOS DE VOCÊ UM SÓ MINUTO. PENSA QUE EU NÃO PERCEBI? NEM ESTAVA CONSEGUINDO PRESTAR ATENÇÃO NA CONVERSA DO PAULO.'

AMANDA NÃO COMENTOU, LIMITOU-SE A DAR UM SORRISO MISTERIOSO, RETOCOU O BATOM E AS DUAS RETORNARAM A MESA. O PIANISTA COMEÇOU A TOCAR UMA BALADA AMERICANA DOS ANOS QUARENTA E GUSTAVO CONVIDOU-A NOVAMENTE PARA DANÇAR. ELA ACEITOU PRONTAMENTE.

'-E AÍ! O QUE VOCÊ ACHA?' PERGUNTOU PAULO CURIOSO.
'-ELA O ACHOU INTERESSANTE. SE EU CONHEÇO A MINHA AMIGA ELE TEM CHANCE.'
'-O GUSTAVO ESTÁ COMPLETAMENTE NA DELA. ACHO QUE EU NEM PRECISO FALAR NADA. TÁ NA CARA. NEM ACOMPANHAR A CONVERSA ELE ESTÁ CONSEGUINDO DE TÃO FASCINADO.'
'-VAMOS DANÇAR TAMBÉM, MEU AMOR.'

E O OUTRO CASAL FOI PARA PISTA DE DANÇA.

'-VOCÊ SEMPRE QUIS SER MÉDICA?'
'-NÃO...' SORRIU AMANDA
GUSTAVO A INTERROMPEU COM UM ELOGIO
'-SEU SORRISO É ENCANTADOR.'
'-VOCÊ NÃO É FÁCIL. EU SÓ DESCOBRI QUE QUERIA SER MÉDICA NA OITAVA SÉRIE.'
'-TEVE OUTROS SONHOS ANTES?'
'-ACHO QUE QUIS SER QUASE TUDO. DESDE AEROMOÇA ATÉ BAILARINA. MEUS PAIS CONTAM QUE SEMPRE QUE EU ESCOLHIA UMA PROFISSÃO EU A INCORPORAVA.'
'-COMO ASSIM?'
'-QUANDO EU QUIS SER VETERIANÁRIA, EU NÃO PODIA VER UM BICHO DOENTE OU MACHUCADO QUE LEVAVA PRA CASA. QUANDO DECIDI SER MÉDICA MEUS PAIS FICAVAM APREENSIVOS E TEMIAM QUE A QUALQUER MOMENTO EU FOSSE ENTRAR COM UM MORIBUNDO CASA À DENTRO...'

GUSTAVO SOLTOU UMA GARGALHADA E AMANDA NÃO PODE DEIXAR DE ACOMPANHÁ-LO. ELE ESTAVA ADORANDO. SEMPRE GOSTARA DE MULHERES COM SENSO DE HUMOR.

'-E VOCÊ, SEMPRE QUIS SER ATOR?'
'-HUM... ACHO QUE NÃO. DURANTE MUITO TEMPO EU SÓ TIVE UMA CERTEZA, NÃO QUERIA SER FAZENDEIRO COMO O MEU PAI. FOI SÓ DEPOIS DE FAZER A OFICINA DE TEATRO NO COLÉGIO QUE EU DESCOBRI O QUE EU QUERIA. NA VERDADE EU SEMPRE SONHEI EM FAZER QUALQUER COISA LIGADA AOS ESPORTES. MAS NÃO DEU...'
'-EU ADORO ESPORTES. MAS NUNCA TIVE TALENTO. ENTÃO ME CONTENTO EM SER UMA TORCEDORA APAIXONADA. VAMOS SENTAR UM POUCO.' FALOU AMANDA
GUSTAVO ASSENTIU COM A CABEÇA E ELES FORAM PARA A MESA.
'-VOCÊS MONOPOLIZARAM O SALÃO.' FALOU REBECA.
'-NOSSA! HÁ MUITO TEMPO EU NÃO DANÇAVA TANTO. O GUSTAVO É UM ÓTIMO DANÇARINO.'
'-EXAGERADA. EU ADORO O SEU SENSO DE HUMOR.'
'-BOM CRIANÇAS, A NOITE ESTÁ ÓTIMA, MAS EU E A REBECA TEMOS QUE PUXAR O CARRO.'
'-MAS JÁ!' EXCLAMOU GUSTAVO.
'-SÃO QUASE TRÊS HORAS, MEU CHAPA.'
'-E... NÓS QUEREMOS DAR UMA ESTICADINHA....' SUSSURROU REBECA
'-JÁ ENTENDI... MAS PORQUE VOCÊ ESTÁ SUSSURRANDO' FALOU AMANDA TAMBÉM EM SUSSURRO.
'-NÃO SEI.' RESPONDEU NO MESMO TOM REBECA

AS DUAS AMIGAS RIRAM DA ANTIGA BRINCADEIRA. OS HOMENS PEDIRAM A CONTA E FOI ENTÃO UMA LONGA DISCUSSÃO ENTRE AMANDA E GUSTAVO SOBRE QUEM DEVIA PAGAR A CONTA. DIVIDI-LA OU NÃO? POR FIM, MUITO A CONTRA GOSTO, AMANDA TEVE QUE CEDER E GUSTAVO PAGOU-LHE O JANTAR.

'-EI, VOCÊS NÃO PRESCISAM IR!' FALOU PAULO.
GUSTAVO OLHOU INTERROGATIVAMENTE PARA AMANDA.
'-EU ESTOU MOIDA, HÁ MUITO TEMPO NÃO DANÇAVA TANTO.'
'-É, ACHO QUE JÁ NOS DIVERTIMOS BASTANTE POR UMA NOITE.'

O OUTRO CASAL TROCOU UM OLHAR QUE DIZIA: "COMO SÃO DEVAGAR" E OS QUATRO SAÍRAM. ENQUANTO VOLTAVAM PARA A CASA DE AMANDA, ELA E GUSTAVO TROCARAM INFORMAÇÕES TÍPICAS DE INICIO DE RELACIONAMENTO. ADORO MPB, EU GOSTO DE BLUES. CAFÉ SEM ACUÇAR. ARGH! COM POUCO AÇUCAR, MAS COM AÇUCAR. ADORO VIAJAR, EU TAMBÉM....

'-PRONTO, DOUTORA AMANDA, EM CASA.' ELE FALOU COM O CARRO PARADO EM FRENTE DO PRÉDIO DELA.
'-FOI UMA NOITE MUITO AGRADÁVEL.'
'-EU TAMBÉM ACHEI, HÁ MUITO NÃO ME DIVERTIA TANTO.'

O SILENCIO SE FEZ PRESENTE ENQUANTO AMANDA DECIDIA SE DEVERIA CONVIDÁ-LO PARA SUBIR. UMA PARTE DELA QUERIA, MAS OUTRA PARTE RELUTAVA. O QUE ELE IRIA PENSAR? NO PRIMEIRO ENCONTRO? JÁ É TARDE. MAS... ELE ESTÁ SENDO TÃO GENTIL QUE SERIA ATÉ DESELEGANTE.... A ETIQUETA VENCEU.

'-QUER SUBIR PARA UM ÚLTIMO DRINK?' FALOU APÓS O PERIODO DE EXITAÇÃO.

GUSTAVO, QUE ESTIVERA PRESTANDO ATENÇÃO E PERCEBERA A SUA DÚVIDA, FOI CAPAZ DE CAPTAR A MENSAGEM COM UMA SENSIBILIDADE POUCO COMUM NOS HOMENS. MAS... ELE NÃO ERA UM HOMEM COMUM.

'-MUITO GENTIL O SEU CONVITE, MAS JÁ ESTÁ TARDE. E EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ CANSADA. PORTANTO VAMOS DEIXAR PARA UM OUTRO DIA.'

AMANDA ADOROU A ATITUDE. ELE ERA REALMENTE UM HOMEM ENCANTADOR.

'-GOSTARIA MUITO DE JANTAR COM VOCÊ NOVAMENTE, SÓ NÓS DOIS.'
'-EU ADORARIA.'
'-AMANHÃ? OU MELHOR, HOJE À NOITE?'
'-OH, NÃO. DOMINGO EU ESTOU DE PLANTÃO.'

GUSTAVO FEZ UMA CARA DE DESAPONTAMENTO QUE NÃO LHE PASSOU DESAPERCEBIDA.

'-OLHA, FICA COM MEU TELEFONE E EU FICO COM O SEU, E A GENTE SE LIGA DURANTE A SEMANA PARA COMBINAR TÁ BOM.'

ELES TROCARAM OS TELEFONES E GUSTAVO FOI ABRIR A PORTA DO JEEP PARA AMANDA. AO SE DESPEDIR ELE PEGOU SUAS MÃOS E DEU UM DELICADO BEIJO. AQUILO A DEIXOU ENCANTADA.

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